UM ANO PARA CONSOLIDAR A RETOMADA
Com foco em um mercado em crescimento, as empresas de papel e celulose ampliam sua capacidade e batem recordes de produção
A Eldorado Brasil registrou a maior produção e o maior volume de vendas desde o início de sua operação, em 2012
Um ponto comum entre as top 3 empresas da categoria Papel e Celulose, além da retomada do crescimento em 2017, foi a força com que todas consolidaram suas operações no ano passado. Mais do que o aquecimento do setor, essas companhias anunciaram recordes de produção e foco no mercado internacional. Primeira colocada no segmento, a Eldorado Brasil reportou um excelente desempenho operacional em 2017, com recorde de produção e volume de vendas desde o início de sua operação, em 2012. Com isso, a companhia encerrou o ano com Ebitda de R$ 2,2 bilhões, o que representou um aumento de 40% em relação a 2016 e gerou um lucro líquido de R$ 713 milhões, 149% maior que no ano anterior.
Ao longo de 2017, a Eldorado continuou com o avanço do projeto Vanguarda 2.0, que transformará o complexo indus- trial de Três Lagoas (MS) em um dos ativos de produção de celulose mais competitivos da indústria mundial, consolidando sua posição como empresa mais eficiente do setor, com menor custo caixa e retornos altamente atrativos.
Para a Klabin, segunda colocada da categoria, o destaque do ano passado foi a venda de celulose e a melhora nos mercados de papéis e embalagens, que impulsionaram sua receita líquida. No período, o Ebitda da companhia foi de R$ 2,7 bilhões, o que representou um crescimento de 20% em relação a 2016. “A leve e gradual retomada de diversos segmentos da economia, entre eles o mercado de alimentos e bens de consumo não duráveis, favoreceu a expedição de embalagens de papelão ondulado”, analisa o diretor-geral da Klabin, Cristiano Teixeira, lembrando que o período também foi marcado pelo alcance da capacidade máxima da Unidade Puma, fábrica de celulose inaugurada em 2016, que produz celulose de fibra curta, celulose de fibra longa e celulose fluff.
OPORTUNIDADES GLOBAIS
Para manter o ritmo, Teixeira conta que a Klabin tem centrado sua estratégia em quatro pilares de atuação: pessoas, inovação, sustentabilidade e alta performance. Além disso, com seus investimentos em inovação e tecnologia, a companhia tem buscado diversificar sua cadeia produtiva e se adaptar às novas oportunidades globais de negócios. “Nesse sentido, apostamos no desenvolvimento de produtos de base biológica, principalmente de barreiras biodegradáveis para as embalagens de papel, contemplando a criação de produtos que atendam segmentos que ainda não possuem opções de embalagens resistentes, leves e eficientes, ao mesmo tempo advindas de recursos naturais renováveis e recicláveis”, diz o diretor-geral.
Quem também vem investindo em modernização é a Cenibra, terceira colocada no segmento. A companhia encerrou o ano de 2017 com lucro líquido de R$ 440 milhões e Ebitda de R$ 905 milhões, 33,4% maior que em 2016. Sobre os investimentos, o diretor-presidente da empresa, Naohiro Doi, revela que eles têm sido direcionados para uma atuação responsável, tratando a gestão dos impactos das operações no meio ambiente, a utilização de recursos naturais e o relacionamento com as partes interessadas, principal- mente envolvendo as comunidades em que ela está inserida.
Outro exemplo é o investimento na modernização do sistema de picagem de madeira e em uma das linhas de branqueamento de celulose, na fábrica de Belo Oriente, em Minas Gerais, que permitirá redução do uso de produtos químicos no processo produtivo, economia de água e, por consequência, maior competitividade e otimização de resultados na preservação do meio ambiente. “Trata-se de mais uma ação que mantém a Cenibra sustentavelmente moderna e competitiva no mercado de celulose”, diz.