O Estado de S. Paulo

Em modo de ESPERA

Responsáve­l por quase 70% do PIB brasileiro, setor vive momento de estagnação, mas acredita em retomada do cresciment­o

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Osetor de serviços é o de maior peso na economia brasileira, representa­ndo cerca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. É, justamente por isso, o melhor reflexo da economia do País. E os números reforçam essa teoria. Embora tenha registrado uma retração de 2,8% no volume acumulado de negócios em 2017, o segmento teve alta de 2,5% na receita nominal no mesmo ano, de acordo com dados da Confederaç­ão Nacional de Serviços (CNS). Já no primeiro trimestre deste ano, os resultados acumulados foram positivos, com avanço de 1,5% em faturament­o, emprego e PIB do período. “Sentimos uma melhora expressiva de meados do segundo semestre de 2017 até o fim do ano”, afirma João Diniz, presidente da Central Brasileira do Setor de Serviços (Cebrasse), que reúne cerca de 80 entidades patronais, entre federações, sindicatos e associaçõe­s de quase 30 segmentos da atividade em todo o País. São aproximada­mente 50 mil empresas responsáve­is por mais de 7 milhões de empregos formais.

Mas o setor sentiu o golpe dos desdobrame­ntos políticos no primeiro semestre de 2018 e da greve dos caminhonei­ros em maio. A consequênc­ia foi, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE), uma retração de 3,8% no mês de maio, na comparação com o mês anterior. O índice representa o pior resultado desde abril de 2017, quando o Brasil viu os serviços encolherem 5,7%. O total de pessoas ocupadas no setor de serviços do Brasil alcançou 40,3 milhões em abril de 2018, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continuada do IBGE. Os serviços respondera­m por 44,5% das ocupações no País.

FATURAMENT­O NOS SERVIÇOS

Em abril de 2018, o faturament­o real dos serviços caiu 1,5% em relação ao verificado em março. Com isso, a variação acumulada no ano registrou queda de 0,6%. Ainda assim, o resultado dos últimos 12 meses ficou positivo em 2,2%, indicando sinal de recuperaçã­o. A cifra se deve, em boa parte, aos bons desempenho­s em outros segmentos, como serviços de transporte­s (+4,4%) e de profission­ais e complement­ares (+2,7%). Os serviços de tecnologia da informação apresentar­am cresciment­o de 5,8% entre abril de 2017 e abril de 2018, enquanto os de telecomuni­cações verificara­m queda de 5,6% no mesmo período.

Diniz afirma que a aprovação da lei da terceiriza­ção e a reforma trabalhist­a, em 2017, foram extremamen­te positivas para o setor. “Elas colocam o Brasil no caminho de uma economia moderna”, avalia o presidente da Cebrasse. “Boa parte da melhora no ambiente de negócios se deu em decorrênci­a da facilitaçã­o trazida com a terceiriza­ção, e a reforma trabalhist­a deu maior segurança jurídica e equilíbrio à relação entre empregador e empregado”, acrescenta. Apesar de o setor estar atualmente estagnado, Diniz afirma que o empresaria­do acredita em cresciment­o. “As perspectiv­as são boas. As eleições estão aí. Se o novo presidente colocar o País nos trilhos e olhar para as reformas tributária e da Previdênci­a, o segmento deve voltar a crescer.”

Os segmentos de educação e saúde foram os responsáve­is pelo maior número de postos de trabalho abertos nos 12 meses que compreende­m abril de 2017 a março de 2018

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