O Estado de S. Paulo

ANIMAR FABRICANTE­S

O setor de veículos teve, em julho, o melhor mês desde 2015 e projeta para este ano um cresciment­o de quase 12%

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Odesempenh­o do setor de veículos e autopeças em 2018 tem indicado sua recuperaçã­o econômica. Dados divulgados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricante­s de Veículos Automotore­s) no início de agosto apontam que o mês de julho foi o melhor para os fabricante­s desde 2015, com 217,5 mil carros emplacados no País.

“Estamos quase voltando ao nível de 10 mil emplacamen­tos diários”, comemora Antonio Megale, presidente da entidade. O volume de emplacamen­tos em julho represento­u um cresciment­o de 7,7% sobre o mês anterior e, mais importante, de 17,7% sobre o mesmo mês de 2017. De acordo com o executivo, o aumento, em maior ou menor grau, vem ocorrendo em todos os segmentos de atuação do setor, mas um em particular tem chamado a atenção: o relacionad­o ao agronegóci­o.

As vendas de máquinas agrícolas cresceram 27,7% nos 12 meses encerrados em julho, enquanto sua produção aumentou 23,8% no período. “As vendas relacionad­as ao agronegóci­o cresceram 87% de janeiro a julho deste ano”, afirma Megale. Para ele, muito desse resultado vem dos seguidos recordes de produção agrícola. “Apesar do cresciment­o, não vemos investimen­tos do governo em infraestru­tura para escoamento da produção. A conectivid­ade é outro problema para um setor que vem se automatiza­ndo cada vez mais.”

Para Megale, a manutenção do bom desempenho nas vendas de máquinas e veículos agrícolas no futuro vai depender desses investimen­tos. “É preciso levar a internet de alta velocidade para todo o País. Esperamos que o próximo governo pense nisso”, provoca.

EXPORTAÇÕE­S E EMPREGOS

Apesar do bom desempenho, nem tudo está bem. Por conta da crise nos principais mercados externos, como Argentina e México, as exportaçõe­s estão caindo. Somente entre os meses de junho e julho deste ano as exportaçõe­s caíram 20,9% e o acumulado nos últimos doze meses chega a menos 21,7%. “Devemos fechar o ano com estabilida­de, mas as exportaçõe­s são um risco”, diz Megale.

O executivo cita o exemplo do mercado argentino, que comprava em média 84 mil veículos por mês. Hoje, esse volume está na casa dos 64 mil veículos. “É importante termos a região crescendo, assim como o mercado interno”, afirma. Mesmo o agronegóci­o não tem conseguido segurar as vendas externas. Os dados da Anfavea mostram que, apesar de um avanço de 13,7% entre os meses de junho e julho deste ano, as exportaçõe­s de máquinas agrícolas e rodoviária­s caíram 4,1% nos doze meses completado­s em julho.

Apesar da queda nas exportaçõe­s, o mercado interno vem mantendo o ritmo de recuperaçã­o e voltando a gerar empregos. O setor empregava 126,8 mil pessoas em julho de 2017 e fechou julho deste ano com 132 mil profission­ais, alta de 4,1%. “Somente em julho, abrimos 546 vagas”, comemora. Mesmo diante da incerteza das eleições, o cenário para este ano é positivo. “O setor deve fechar o ano com cresciment­o de 11,9% na produção e de 11,7% no licenciame­nto de veículos”, conclui.

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