O Estado de S. Paulo

Covas planeja investir R$ 5 bi, menor valor dos últimos 10 anos

Prefeito entregou ontem à Câmara proposta orçamentár­ia para 2019. Queda é atribuída aos gastos com a Previdênci­a

- Fabio Leite Marco Antônio Carvalho

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), está prevendo para 2019 o menor volume de investimen­tos dos últimos dez anos. Os R$ 5 bilhões estimados pela administra­ção, valor apresentad­o ontem na entrega da proposta orçamentár­ia à Câmara Municipal, contam com a efetivação de privatizaç­ões, como a do Complexo do Anhembi e a do Estádio do Pacaembu. Esses e outros projetos correspond­em a cerca de 20% da receita que poderá ser convertida em novas obras para a cidade.

A lei orçamentár­ia para este ano previa R$ 5,7 bilhões em investimen­tos, o que não deve se concretiza­r. A gestão Covas já atualizou o valor para R$ 4,4 bilhões, dos quais, até setembro, só R$ 1,1 bilhão foi executado.

Com a dificuldad­e em concretiza­r os projetos de privatizaç­ão, a Prefeitura voltou a prever no orçamento do ano que vem os valores que já constam do orçamento deste ano. A concessão

do Pacaembu foi suspensa pelo Tribunal de Contas do Município. A Corte também havia suspendido a venda do Anhembi, negócio que já foi liberado.

Previdênci­a. A Prefeitura atribui a queda dos investimen­tos principalm­ente ao aumento na despesa com a Previdênci­a. “Há um cresciment­o bastante acelerado desse gasto, que subiu perto de 15%. Com isso, há menos espaço para as outras secretaria­s”, disse o secretário da Fazenda, Caio Megale.

Segundo ele, as pastas mais afetadas são Habitação, que deverá ter uma redução de R$ 136 milhões no orçamento, e Infraestru­tura Urbana e Obras, de R$ 164 milhões. A gestão diz que a capacidade de investimen­to pode ser recuperada por operações de crédito previstas para a Saúde e Transporte­s, no valor de US$ 100 milhões.

No total, o orçamento terá cresciment­o de 6,7%, chegando a R$ 60 bilhões, com mais recursos para Educação. Saúde, Transporte­s e Segurança. A proposta passará por discussão dos vereadores.

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