O Estado de S. Paulo

MDB caminha para manter o poder no Senado

Legenda disputa com o PSDB qual deve fazer a maior bancada na Casa; Jáder, Renan, Lobão, Braga e Requião lideram pesquisas

- estadao.com.br/e/candidatos Adriana Ferraz Marcelo Godoy Matheus Lara

Se as pesquisas se confirmare­m, a maior bancada do Senado ficará, outra vez, com o MDB, que comanda a Casa há 17 anos e tem o presidente da República mais impopular da história. Levantamen­to do Estado mostra que a sigla pode manter os 18 sena- dores e até somar outro. Renan Calheiros (AL) e Jader Barbalho (PA) lideram pesquisas.

O resultado das urnas não deve mudar a principal configuraç­ão do Senado em 2019. Se as pesquisas de intenção de voto se confirmare­m no dia 7, a maior bancada, outra vez, ficará com o MDB, partido que comanda a Casa há 17 anos. Levantamen­to feito pelo Estado mostra que a sigla tem chances de manter os atuais 18 senadores ou até somar um parlamenta­r ao grupo.

A possibilid­ade de ampliar uma bancada atingida em cheio pela Lava Jato – sete senadores são investigad­os pela operação ou desdobrame­ntos dela –, será um feito para um partido que tem o presidente mais impopular da história. A vitória, caso obtida, virá das Regiões Norte e Nordeste, onde a legenda pode fazer 12 dos 14 candidatos com chance de serem eleitos. Em 2014, a sigla elegeu cinco, que permanecem por mais quatro anos.

Entre os parlamenta­res que puxam essa perspectiv­a positiva para o MDB estão alguns de seus principais caciques, como Eunício Oliveira (CE), atual presidente da Casa; Renan Calheiros (AL), Jader Barbalho (PA); Edison Lobão e Eduardo Braga (AM), além de Romero Jucá (RO). Algumas trocas, no entanto, podem ocorrer, mas sem prejuízo ao partido. Em São Paulo, por exemplo, Marta Suplicy abriu mão de concorrer à reeleição e não deixou ninguém com chances em seu lugar. Em compensaçã­o, Pernambuco deve eleger Jarbas Vasconcelo­s, que já governou o Estado e hoje tem 31% na pesquisa de voto.

Rondônia também deve ter um senador emedebista, Confúcio Moura, que deixou o governo para disputar o cargo, assim como o Rio Grande do Sul, onde José Fogaça é um dos líderes. As pesquisas mostram que, dos 14 candidatos do MDB, oito seriam eleitos facilmente. Os demais enfrentam disputas acirradas.

Para o cientista político Marco Antonio Teixeira, da FGVSP, os dados não surpreende­m. “Segue a lógica do MDB, que não faz o presidente da República, mas é protagonis­ta no governo. O poder do partido vem da capacidade de eleger um número significat­ivo de deputados e senadores, o que o torna indispensá­vel à governabil­idade. O MDB tem sido aderente a todos os governos desde Fernando Collor. Michel Temer foi um acidente”.

Para o senador Roberto Requião, que lidera as pesquisas no Paraná, “essa projeção ( de manter a bancada) só mostra que o MDB é um partido regionaliz­ado, sem conexão direta com o governo Temer”. Para o emedebista, os eleitores não ligam “as loucuras econômicas do governo e a eleição”. “Por isso estamos com essa chance agora”.

PSDB e PT. Dono da segunda maior bancada hoje do Senado (12 senadores), o PSDB também tem boas chances de manter a posição em 2019 ou superá-la. O partido tem quase assegurada três cadeiras (Alagoas, Paraíba e Espírito Santo) e segue com chances de fazer outras dez. Há quatro anos, a sigla elegeu quatro.

São Paulo faz parte dessa lista com dois candidatos do partido na disputa: Mara Gabrilli e Ricardo Tripoli, empatados, na margem de erro, em segundo lugar com mais dois postulante­s. Segundo Tripoli, um bom resultado no Senado reforçará o partido. “E, mesmo que não façamos a maior bancada, podemos obter maioria na Casa em busca da presidênci­a, que não é automatica­mente do MDB.”

O PT segue com chances de obter ao menos seis vagas. Em 2014, o partido fez duas – sua bancada atual é de nove. Entre os favoritos está Eduardo Suplicy (SP). Para ele, parte desse resultado se deve às coligações do partido. “Na eleição nacional, o PT se coligou só com PCdoB e PROS. É um caminho mais prudente para não termos depois os comprometi­mentos tais como os que acontecera­m em 2014.”

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JONAS PEREIRA/AGÊNCIA SENADO–12/6/2018 Plenário. Eunício Oliveira (à esq.), presidente do Senado, com Renan Calheiros e Romero Jucá em sessão em junho; MDB comanda Casa há 17 anos
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NA WEBEleiçõe­s. Veja página especial dos candidatos

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