O Estado de S. Paulo

Mortos em tsunami na Indonésia somam 420

Terremoto causou onda gigante que atingiu praia de Palu; número de vítimas deve crescer

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O número de mortos no terremoto seguido de um tsunami na sexta-feira na Indonésia subiu ontem para 384. Segundo autoridade­s, a quantidade de vítimas deve aumentar significat­ivamente, à medida que equipes de resgate avançam os trabalhos de limpeza dos escombros. O tremor de magnitude 7,5 foi seguido por um tsunami com ondas de quase três metros que agravou a tragédia.

O porta-voz da Agência Nacional de Gestão de Desastres (BMKG, na sigla em indonésio), Sutopo Purwo Nugroho, disse que mais de 16,7 mil pessoas estão desalojada­s na cidade de Palu, capital da Província de Sulawesi. De acordo com números preliminar­es, 540 pessoas ficaram feridas e 29 estão desapareci­das. Corpos de algumas das vítimas foram encontrado­s presos sob os escombros de prédios destruídos.

“O governo local declarará o estado de emergência”, disse Nugroho. Ele frisou também que o mais urgente era restabelec­er os serviços de energia elétrica e de telecomuni­cação na região afetada.

Milhares de casas desmoronar­am, além de hospitais, hotéis e comércios. A cidade costeira de Palu foi a mais afetada, seguida de Donggala. Ontem, técnicos de telecomuni­cações e transporte aéreo chegaram ao aeroporto de Palu, que permanece fechado para voos comerciais. A principal estrada que dá acesso à área foi bloqueada por um deslizamen­to de terra.

Na internet. Nas redes sociais circulavam ontem vídeos mostrando a chegada de uma onda gigante na costa de Palu, conhecida

por suas praias, carregando carros e estruturas de madeira antes de atingir as paredes de um shopping e de uma mesquita.

Entre os mortos estava um controlado­r de tráfego aéreo de 21 anos que permaneceu em seu posto no momento do terremoto para garantir que um avião de passageiro­s prestes a decolar seguisse viagem em segurança.

De acordo com autoridade­s do setor de aviação, Anthonius Gunawan Agung saltou da torre de controle quando a estrutura começou a ruir, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Autoridade­s indonésias reconhecer­am ontem que o sistema de prevenção a tsunamis falhou. Após o tremor, um alerta disparou, mas foi retirado 34 minutos depois. Em Palu, centenas de pessoas participav­am de um festival na praia e foram varridas pela onda gigantesca.

“Quando a ameaça surgiu, muitas pessoas ainda estavam fazendo suas atividades na praia e não correram imediatame­nte, se tornando vítimas. Muitos corpos foram encontrado­s na costa em razão do tsunami”, relatou Nugroho.

A BMKG foi alvo de duras críticas ontem nas redes sociais. Rahmat Triyono, chefe do centro de tsunamis, afirmou que a onda atingiu Palu antes que o alerta fosse suspenso.

Ontem, novas réplicas atingiram a região de Palu, uma área habitada por cerca de 2,4 milhões de pessoas. Segundo autoridade­s, os danos e as vítimas poderiam ser ainda maiores na costa a 300 quilômetro­s ao norte de Palu, uma região que está ainda mais próxima do epicentro do terremoto.

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FOTOS: MUHAMMAD RIFKI / AFP Estado de choque. População da cidade de Palu caminha sobre escombros: destruição agravada por ondas gigantes
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Resgate. Moradores retiram cadáver de carro em Palu
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EFE Destruição. Imagem aérea da mesquita após tsunami

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