O Estado de S. Paulo

Depois de 40 anos, casal diverge nos candidatos

- / R.C.

Essas são as primeiras eleições em que José Luiz e Nilza Costa, depois de 40 anos de casamento, vão votar em candidatos diferentes. “Quero renovar, mexer nessa coisa suja, tem que ser alguém forte”, diz ele, que vota em Jair Bolsonaro (PSL). “Ele é grosso e hostil com as mulheres”, rebate ela, que aposta em João Amoedo (Novo).

Apesar da divergênci­a política, eles dizem que na casa da Vila Guarani, na zona sul de São Paulo, não tem briga. “Só faltava ele me obrigar a votar em quem ele quer”, afirma Nilza, de 61 anos, analista de sistema.

Filho de militar, o técnico de som de 68 anos diz que lembra bem do período da ditadura. Para ele, “o povo era mais unido”, “se podia sair na rua e ninguém mexia com a mulher dos outros”. Já Nilza não gosta “como Bolsonaro se apresenta” e acha que ele “não vai conseguir mudar as coisas porque é fraco”.

José Luiz – que já foi eleitor de Geraldo Alckmin (PSDB) – afirma que não dá bola para as coisas que falam do seu candidato. Para ele, mesmo que não der certo um eventual governo de Bolsonaro, a solução é mais fácil do que seria com qualquer outro presidenci­ável eleito. “Se Alckmin, (Fernando) Haddad ou Ciro (Gomes) fizerem algo ruim, ninguém tira eles porque têm um grupo político. Mas se o Bolsonaro, daqui três meses, aprontar, a gente tira ele rapidinho.”

A mulher insiste que prefere um candidato “mais inteligent­e”. “Ele (Amoêdo) é administra­dor e já tem uma fortuna, por isso não vai roubar.”

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DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO Sembriga. Nilza prefere Amoêdo e José Luiz, Bolsonaro

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