Presidenciável recebe alta e deixa hospital 23 dias após atentado
Candidato do PSL estava internado em São Paulo; voo que o levou de volta ao Rio tem protestos e manifestações de apoio
O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, deixou no início da tarde de ontem o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde estava internado desde o dia 7. Ele usou uma saída reservada, evitando imprensa e simpatizantes que o esperavam na porta do local. Na sequência, embarcou em um voo comercial para o Rio, onde reside.
O presidente interino do PSL, Gustavo Bebianno, afirmou que Bolsonaro ainda está em recuperação e não terá condições de fazer campanha de rua. Segundo ele, a recomendação é para que o presidenciável passe os próximos dez dias em casa.
Em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, durante o voo para o Rio, o candidato, que se recupera de uma facada no abdome, disse que deseja participar do debate da emissora na quinta-feira e que está tentando uma liberação médica para isso.
Aplausos e vaias. Ao entrar no avião, Bolsonaro foi recebido com aplausos e vaias. Ele e a família foram os últimos a embarcar em Congonhas e os primeiros a descer da aeronave no Santos Dumont. No avião, foram recebidos aos gritos de “ele não” e “ele sim” – em referência à campanha criada nas redes sociais contra o presidenciável – e também de “fascista” e “mito”. “Um casal que estava do meu lado se recusou a viajar e saiu do avião”, contou a passageira Thais Canella, que estava no mesmo voo. O voo partiu com 15 minutos de atraso. Para os assessores de Bolsonaro, as manifestações de apoio ao candidato foram predominantes.
Bolsonaro ficou na primeira cadeira, poltrona 1A, cercado por policiais federais da escolta. Os agentes se espalharam pelo avião e bloqueavam quem passava perto da fileira de Bolsonaro. Eles também acompanhavam até a porta os passageiros que queriam ir ao banheiro. Funcionários da empresa aérea pediam calma a todo momento. Bolsonaro chegou a se virar uma vez e acenou para os passageiros.
Nova versão. Em campanha ontem em Itatiaia (RJ), Ana Cristina Valle, ex-mulher de Bolsonaro, deu nova versão para as acusações feitas em 2008 de que ele a ameaçou, ocultou patrimônio e tinha renda incompatível com seus ganhos como deputado federal e militar da reserva. Ana – candidata a deputada federal pelo Podemos com o nome de Cristina Bolsonaro – diz agora que mentiu à Justiça por mágoa da separação. À época, eles disputavam a guarda do filho Jair Renan. “Eu falei inverdades. Não menti, mas falei coisas num estado de nervos.”
“Um casal que estava do meu lado, no mesmo voo, se recusou a viajar e saiu do avião.” Thais Canella UMA DAS PASSAGEIRAS DO VOO QUE LEVOU JAIR BOLSONARO DE VOLTA AO RIO DE JANEIRO