O Estado de S. Paulo

Presidenci­ável recebe alta e deixa hospital 23 dias após atentado

Candidato do PSL estava internado em São Paulo; voo que o levou de volta ao Rio tem protestos e manifestaç­ões de apoio

- / FRANCISCO CARLOS DE ASSIS, FELIPE FRAZÃO, CONSTANÇA REZENDE e ROBERTA PENNAFORT

O candidato do PSL à Presidênci­a, Jair Bolsonaro, deixou no início da tarde de ontem o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde estava internado desde o dia 7. Ele usou uma saída reservada, evitando imprensa e simpatizan­tes que o esperavam na porta do local. Na sequência, embarcou em um voo comercial para o Rio, onde reside.

O presidente interino do PSL, Gustavo Bebianno, afirmou que Bolsonaro ainda está em recuperaçã­o e não terá condições de fazer campanha de rua. Segundo ele, a recomendaç­ão é para que o presidenci­ável passe os próximos dez dias em casa.

Em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, durante o voo para o Rio, o candidato, que se recupera de uma facada no abdome, disse que deseja participar do debate da emissora na quinta-feira e que está tentando uma liberação médica para isso.

Aplausos e vaias. Ao entrar no avião, Bolsonaro foi recebido com aplausos e vaias. Ele e a família foram os últimos a embarcar em Congonhas e os primeiros a descer da aeronave no Santos Dumont. No avião, foram recebidos aos gritos de “ele não” e “ele sim” – em referência à campanha criada nas redes sociais contra o presidenci­ável – e também de “fascista” e “mito”. “Um casal que estava do meu lado se recusou a viajar e saiu do avião”, contou a passageira Thais Canella, que estava no mesmo voo. O voo partiu com 15 minutos de atraso. Para os assessores de Bolsonaro, as manifestaç­ões de apoio ao candidato foram predominan­tes.

Bolsonaro ficou na primeira cadeira, poltrona 1A, cercado por policiais federais da escolta. Os agentes se espalharam pelo avião e bloqueavam quem passava perto da fileira de Bolsonaro. Eles também acompanhav­am até a porta os passageiro­s que queriam ir ao banheiro. Funcionári­os da empresa aérea pediam calma a todo momento. Bolsonaro chegou a se virar uma vez e acenou para os passageiro­s.

Nova versão. Em campanha ontem em Itatiaia (RJ), Ana Cristina Valle, ex-mulher de Bolsonaro, deu nova versão para as acusações feitas em 2008 de que ele a ameaçou, ocultou patrimônio e tinha renda incompatív­el com seus ganhos como deputado federal e militar da reserva. Ana – candidata a deputada federal pelo Podemos com o nome de Cristina Bolsonaro – diz agora que mentiu à Justiça por mágoa da separação. À época, eles disputavam a guarda do filho Jair Renan. “Eu falei inverdades. Não menti, mas falei coisas num estado de nervos.”

“Um casal que estava do meu lado, no mesmo voo, se recusou a viajar e saiu do avião.” Thais Canella UMA DAS PASSAGEIRA­S DO VOO QUE LEVOU JAIR BOLSONARO DE VOLTA AO RIO DE JANEIRO

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