O Estado de S. Paulo

ESCOLHA DE APLICATIVO­S NÃO SEGUE REGRA

Há casos de usuários que acumulam assinatura­s e de quem dá preferênci­a por dividir custos

- Giovanna Wolf Tadini

Assinante do Spotify desde 2014, quando o serviço chegou ao Brasil, o estudante de relações públicas Vitor Hugo Capelini, de 24 anos, gostava do serviço, mas tinha uma frustração: um de seus artistas favoritos, o rapper Jay-Z, não fazia parte do conteúdo da companhia. Isso porque o cantor é dono do rival Tidal. Para resolver o problema, o estudante acabou acumulando assinatura­s. “Hoje, intercalo entre os dois serviços no dia a dia, porque acabei gostando da usabilidad­e do Tidal”, diz.

O caso de Capelini é apenas um exemplo de como o mercado de streaming de música hoje é complexo. Há várias opções para os brasileiro­s e nenhuma regra específica para escolher entre um serviço ou outro.

No caso de Davi Pina, estudante de 26 anos, foi a operadora telefônica que deu a sugestão – no caso, a parceria entre TIM e Deezer. Outra rota fácil para se chegar aos apps é escolher o serviço que os amigos já usam – afinal, se

antigament­e as pessoas trocavam fitas cassete, hoje elas trocam playlists. É o caso da estudante de engenharia Gabriela Corona, de 21 anos. “Um amigo me sugeriu o Spotify e eu gostei.

Acabei assinando com a família”, diz.

Dividir os custos dos serviços com os parentes é algo também comum – a maioria das plataforma­s têm ofertas de cerca de R$

30, na qual é possível compartilh­ar um plano com quatro, cinco ou seis pessoas.

Foi a forma que a dona de casa Lélia Asse, de 48 anos, entrou no mundo do streaming. Tudo começou quando os dois filhos pediram para a mãe assinar o plano família do Spotify. Ela incorporou o aplicativo à sua rotina, em vez de deixá-lo apenas na fatura do cartão.

“Escuto a noite inteira ou quando passo roupa. Vivo compartilh­ando músicas com minha filha”, diz Lélia, que gosta de MPB. Mas nem ela é 100% fiel: quando está na sala, prefere usar o YouTube. “Quero ver imagem, um show inteiro, e aí é melhor do que o Spotify.”

Ter um grande acervo, com versões ao vivo e vídeos, é um dos trunfos do YouTube Music, serviço que chegou essa semana ao País. Para os usuários ouvidos pelo Estado, a plataforma é atrativa, mas será difícil converter fiéis. “Tenho playlists prontas baixadas no Spotify”, diz Gabriela. “Eu já pago, estou acostumada a ele, não mudaria para um aplicativo diferente agora”.

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GABRIELA BILÓ / ESTADÃO Multiplata­forma. O estudante Capelini, de 24 anos, divide atenções entre Spotify e Tidal

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