Os maiores desafios para a recuperação do setor
Indústria quer mais flexibilidade no mercado de gás natural e investimentos em tecnologia para tornar o País mais competitivo
A indústria de óleo e gás tem uma importância extraordinária, com capacidade de geração de emprego, renda e desenvolvimento socioeconômico. Isso ficou muito claro há alguns anos, quando vivia um momento pujante. Entrou em crise, mas tem totais condições de se recuperar” José Firmo, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP)
Foram anos duros de crise, mas aos poucos o setor mostra sinais de uma retomada que pode ser decisiva para a economia brasileira. Com a intenção de impulsionar essa recuperação, tema central da Rio Oil & Gas, será necessário superar uma série de desafios e entraves para o crescimento. Pela relevância do setor de óleo e gás, a retomada se tornou decisiva para o crescimento do País. O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) lembra que a indústria mostrou, durante seus melhores momentos, a capacidade de contribuir com a recuperação da economia brasileira. Nesse sentido, o segmento como um todo tem vários desafios a superar. Elencamos abaixo alguns deles.
Conteúdo local em discussão
O futuro do conteúdo local precisa ser discutido, e o País precisa se planejar para avançar em tecnologia e se preparar para o aumento da demanda quando os campos arrematados nos últimos leilões entrarem em fase de desenvolvimento. A mudança é um importante sinal para a indústria de óleo e gás no sentido de atrair novos investimentos e possibilitar a geração de empregos, renda e tributos, especialmente no estado do Rio de Janeiro, que concentra a maior parte da atividade de produção de petróleo no País.
Abertura do mercado de gás
O Brasil está em meio a um processo de abertura do mercado de gás natural. Visto pela indústria com bons olhos, esse movimento tende a ser mais um combustível para impulsionar a retomada. Os reservatórios do pré-sal têm enorme potencial de produção de gás natural, combustível apontado como decisivo para dar segurança à transição para uma matriz energética mais limpa. O gás deve assumir papel de protagonismo. “Este projeto de abertura tem muito potencial porque o gás é um combustível de transição e do futuro. O pré-sal tem gás associado. Temos tudo para ter um mercado. Essa abertura pode revolucionar o mercado brasileiro e é fundamental para acompanhar esse potencial de gás que o pré-sal irá trazer”, diz José Firmo, presidente do IBP.
Segmento submarino e inovação
Em evento realizado em março, ainda no aquecimento para a Rio Oil & Gas, executivos também trataram de desafios para o setor. Na ocasião, Mauro Andrade, vice-presidente de Supply Chain da Statoil no Brasil, falou sobre a importância do segmento de subsea (submarino).
“Hoje, ele é competitivo no Brasil, mas está atuando com margens pequenas e baixa utilização das fábricas. Precisamos que esse segmento sobreviva, pois será a principal fonte de conteúdo local quando as empresas de petróleo começarem a comprar novamente. Se isso não durar, teremos um problema”, previu Andrade.
Adriano Bastos, presidente da BP Brasil, preferiu tocar no tema inovação. “Ainda que tenhamos mudado nossa forma de comunicação e relacionamento, a indústria de petróleo usa há 100 anos a mesma tecnologia de perfuração. O 4.0 já chegou, agora precisamos pensar no 5.0 e no 7.0, no que vem à frente”, avaliou.