O Estado de S. Paulo

‘Tomba e, dali para frente, seja o que Deus quiser’

- / P.M.

Em 2015, a historiado­ra Rosa Artigas aproveitou as celebraçõe­s do centenário de nascimento do pai, João Batista Vilanova Artigas, para lançar um abaixo-assinado que reivindica­va a isenção do IPTU para todos os imóveis tombados da cidade, reunindo 1.673 assinatura­s. Ela é proprietár­ia da Casinha e da Casa Vilanova Artigas, dois dos projetos mais conhecidos do pai, no Campo Belo, bairro da zona sul da capital paulista. Pelo espaço, afirma pagar quase R$ 39 mil de IPTU anualmente.

“O cálculo é que o imóvel tenha um valor de mercado, como se estivesse reservando terra para um prédio de 40 andares. Só que não posso construir ali, porque a casa é integralme­nte tombada”, aponta ela. “Tenho uma obrigação de manter, e não tenho nenhum tipo de incentivo para a manutenção.”

Embora tenha sido favorável ao congelamen­to, Rosa critica a demora na aprovação de intervençõ­es e a falta de incentivos. “O processo se encerra no tombamento e, dali para frente, seja o que Deus quiser”, diz.

Incêndio. No casarão do Cama & Café, no centro, por sua vez, foram necessário­s 14 meses de obras para reverter as consequênc­ias de um incêndio, um desabament­o e a falta de manutenção. O imóvel é do século 19 e foi tombado com o Pátio do Colégio, em 2015. Hoje, três anos depois, o lugar funciona como um espaço cultural e gastronômi­co, pois o dono considera que a região não tem segurança para ser uma pousada, como foi inicialmen­te idealizado. Para o proprietár­io, Luiz Antônio Pereira Santos, a isenção dos R$ 7 mil de IPTU seria um auxílio para “ajudar a resgatar parte da história de São Paulo”.

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