O Estado de S. Paulo

• DEM se fortalece

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Pesquisas mostram que o partido deve eleger os governador­es de GO, MT e RJ. Somados, esses Estados têm 26,8 milhões de habitantes.

O DEM deve voltar a comandar governos estaduais, elegendo os chefes do Executivo de Goiás (Ronaldo Caiado), Mato Grosso (Mauro Mendes) e Rio de Janeiro (Eduardo Paes). Isso é o que mostram as mais recentes pesquisas do Ibope. Somados, os Estados têm uma população de 26.842.272 habitantes. O partido ainda tem chance no Amapá. Em 2014, o partido não havia feito nenhum governador.

“O DEM ganhou muito no governo Temer, atuando em ministério­s, no Congresso. Se fortaleceu depois de um tempo atuando de forma inexpressi­va”, diz a cientista política Vera Chaia, da PUC-SP. Para ela, a relação do partido com o agronegóci­o também explica esse desempenho.

Símbolo da relação do partido com o campo, Caiado lidera com 47% as pesquisas para o governo de Goiás. “Isso é resultado da coerência do partido e da defesa de princípios caros ao povo brasileiro”, afirma o senador. Ele espera que o partido eleja nove dos 17 deputados federais de Goiás, além de que Paes vença no Rio. Após pertencer ao PFL (antigo nome do DEM), Paes passou pelo PSDB e pelo MDB, antes de voltar ao DEM. “Ele foi meu calouro na Câmara. Agora criou juízo e voltou ao seu leito normal.”

Para o prefeito de Salvador e presidente nacional da legenda, ACM Neto, o partido deve eleger 40 deputados federais. Em 2014, foram 22. “A gente vem se preparando para isso. E, quando tivemos integrante­s envolvidos em denúncias, nós expulsamos, como no caso de Demóstenes (Torres, ex-senador por Goiás) e de Arruda (José Roberto, ex-governador do Distrito Federal).” Na Bahia, no entanto, o candidato do DEM deve perder no primeiro turno.

Razões. O deputado federal e candidato a vice-governador em São Paulo, Rodrigo Garcia, credita o desempenho do DEM a três causas. “Fomos oposição ao PT, tivemos protagonis­mo no impeachmen­t e a vitória de Rodrigo Maia (presidente da Câmara), que pôs em votação propostas importante­s, como o teto de gastos e a reforma trabalhist­a, e atraiu novas lideranças para o partido, como o MBL.” Garcia diz que o resultado acompanha ainda a mudança do estatuto. “O partido caminhou para o centro. Ele se mantém liberal, mas reconhece o papel do Estado para executar políticas sociais que emancipem quem vive na extrema pobreza.”

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