O Estado de S. Paulo

Brasil cai diante da Polônia na final

Com atuação abaixo do esperado, seleção é superada por 3 sets a 0 e amarga o segundo vice seguido em Mundiais

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A Polônia se tornou um algoz da seleção brasileira masculina de vôlei. Assim como ocorreu há quatro anos, o Brasil voltou a ser batido pelo rival europeu na final do Campeonato Mundial. Ontem, em Turim (na Itália), o time comandado por Renan Dal Zotto foi derrotado por 3 sets a 0, com parciais de 28/26, 25/20 e 25/23, em 1 hora e 38 minutos de confronto. Foi o primeiro Mundial sob o comando do novo técnico, que entrou no lugar de Bernardinh­o. A seleção foi para a sua quinta final consecutiv­a.

Bem longe de repetir a boa atuação da vitória sobre a Sérvia, pelas semifinais, o Brasil foi superado pelos poloneses com relativa facilidade na segunda parcial e, abalado emocionalm­ente em quadra, estava sendo atropelado na terceira, antes de esboçar reação apenas na parte derradeira do jogo. Porém, o time não salvou o match point polonês quando perdia por 24 a 23 e deu adeus ao sonho do tetra.

Tricampeão mundial com os títulos obtidos em 2002, 2006 e 2010 sob o comando de Bernardinh­o, a seleção já havia caído por 3 sets a 1 diante da Polônia na decisão de 2014, disputada em Katowice, ao sul daquele país. De modo que a equipe buscava dar o troco no adversário em sua quinta final seguida.

Entretanto, os poloneses faturaram o bicampeona­to e desbancara­m os atuais campeões olímpicos, que levaram o ouro nos Jogos do Rio-2016 no fim da era Bernardinh­o. Foi ainda a terceira derrota do Brasil em seis participaç­ões na decisão do Mundial. Em 1982, a equipe que tinha Renan Dal Zotto como um dos seus atacantes foi superada pela extinta União Soviética – disputado na Argentina.

“Sabíamos que a Polônia era um time muito qualificad­o. Demonstrar­am isso durante toda a competição. Souberam minar nosso jogo variando jogadas de ataque. Nós não marcamos tão bem quanto podíamos. Isso tirou um pouco do nosso volume de jogo, que é tão importante”, analisou o levantador Bruninho. “Contra um time que vem jogando tão bem assim, qualquer detalhe faz a diferença. A vitória no primeiro set deu tranquilid­ade para a equipe jogar.”

Fim de linha. Após a derrota nas quadras, o Brasil sofreu outra baixa. O ponteiro Lipe anunciou sua aposentado­ria da seleção. Ele participou dos últimos dois Mundiais e da vitoriosa campanha na Rio-2016, mas, aos 34 anos, vinha sofrendo com problemas físicos, entre eles uma tendinite no cotovelo.

“Em primeiro lugar, muito obrigado. Ficamos felizes também com a prata, obviamente queríamos o ouro. Eles foram superiores. A prata vale muito, mais uma final de Mundial para o Brasil. Estarei agora torcendo para essa geração de garotos, que são fenômenos e demonstrar­am que vão manter o Brasil lá em cima”, comentou Lipe.

Outro jogador que pode encerrar sua carreira na seleção brasileira é o levantador Willian, de 39 anos. Mas ele ainda não anunciou sua decisão.

Para a Polônia, a vitória significou triunfar em uma espécie de “tira-teima” contra o Brasil, que em 2016 superou a rival por 3 sets a 0 no Mundial, no Japão. Assim, cada país chegou nesta final com um triunfo sobre o outro em duelos que valeram o troféu do torneio. Essa foi a segunda decepção amargada pela seleção em um grande torneio neste ano. Em julho, a equipe ficou em quarto na recém-criada Liga das Nações, que passou a substituir a Liga Mundial do vôlei.

Bronze. Na decisão do bronze, os EUA garantiram o terceiro lugar ao superar a Sérvia por 3 a 1.

 ?? MASSIMO PINCA/REUTERS ?? Paredão. Lipe é bloqueado em paredão triplo polonês na decisão do Mundial. Ponteiro anunciou aposentado­ria da seleção
MASSIMO PINCA/REUTERS Paredão. Lipe é bloqueado em paredão triplo polonês na decisão do Mundial. Ponteiro anunciou aposentado­ria da seleção

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