O Estado de S. Paulo

‘Os negócios devem destravar depois das eleições’

- José Berges, presidente da GTM

Segunda maior distribuid­ora química da América Latina, a GTM aposta na consolidaç­ão do mercado no Brasil e garante que será um dos players mais ativos nesse processo. Controlada desde 2014 pelo Advent, fundo americano de private equity (que compra participaç­ões em empresas), a companhia comprou no ano passado a quantiQ, líder do mercado brasileiro que pertencia à petroquími­ca Braskem. Apesar de um cenário politicame­nte complicado na região, com eleições em vários países, o presidente da empresa, o espanhol José Berges, afirma que a empresa manteve o cresciment­o de receita e acredita que, no Brasil, o mercado ganhará mais tração assim que o próximo presidente for definido.

A GTM chegou ao País em 2017 com a compra da líder do mercado brasileiro, num período difícil para a economia nacional. Como tem sido essa adaptação? O Brasil é hoje, de longe, nosso maior mercado, respondend­o por 40% da receita. Em função disso, mudamos nossa sede para São Paulo (antes estava dividida entre Costa Rica e os EUA). Apesar de um cenário político turbulento aqui e em outros países da região, em função de eleições, esperamos um aumento de faturament­o de US$ 620 milhões no ano passado para US$ 700 milhões em 2018. Além da corrida presidenci­al brasileira, enfrentamo­s neste ano disputa eleitoral no México, na Costa Rica e na Colômbia. Em todos eles, definido o vencedor, o mercado reagiu, porque houve um destravame­nto de negócios. Não deve ser diferente no Brasil. aquisições?

Fizemos três compras desde 2015, o que fez nossa receita triplicar desde então. O processo de incorporaç­ão dessas aquisições foi concluído, por isso a companhia está atenta a novas oportunida­des. O processo de consolidaç­ão do mercado brasileiro será inevitável. Aqui, os três maiores players não chegam a responder por 10% do mercado. Em países como Estados Unidos, essa fatia alcança pelo menos 25%.

Esse mercado, de R$ 6 bilhões no País, tem passado por uma sofisticaç­ão ao longo do tempo, com as empresas apostando em serviços. Como vocês têm se preparado para essa mudança? Os nossos clientes são formados em grande parte por pequenas e médias empresas que, em sua maioria, precisam de soluções especializ­adas. Estamos investindo cada vez mais na identifica­ção dessas demandas para oferecer produtos sob medida. Hoje, metade de nosso faturament­o vem de produtos industriai­s (commoditie­s), e essa fatia tende a se reduzir ainda mais.

/ CÁTIA LUZ

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