Procuradoria denuncia agressor de Bolsonaro
Ministério Público diz que Adelio Bispo agiu por ‘inconformismo político’ e o enquadrou na Lei de Segurança Nacional
O Ministério Público Federal denunciou ontem Adelio Bispo de Oliveira pelo atentado a faca contra o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL). O MPF seguiu o entendimento da investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) e enquadrou o agressor no artigo 20 da Lei de Segurança Nacional pela prática de “atentado pessoal por inconformismo político”, cuja pena em caso de condenação pode chegar a 20 anos de prisão.
Bolsonaro foi golpeado no dia 6 de setembro quando fazia campanha no centro de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Ele foi operado na cidade mineira e depois transferido para Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde passou por uma segunda intervenção cirúrgica. O candidato recebeu alta no último fim de semana e se recupera em casa, no Rio de Janeiro.
“Adelio Bispo Oliveira agiu, portanto, por inconformismo político”, afirmou o procurador Marcelo Borges de Mattos Medina. Para o MPF, o esfaqueador quis excluir Bolsonaro da disputa eleitoral de modo a “determinar o resultado das eleições, não por meio do voto, mas mediante violência”.
Na acusação, o MPF afirma que o agressor planejou o ataque a Bolsonaro desde o dia em que soube pelos jornais que ele estaria em Juiz de Fora. Antes de ir para a cidade mineira, Bispo esteve em Florianópolis (SC), onde fez um curso de tiro em um clube que um dos filhos de Bolsonaro frequentava, onde chegou a disparar 70 tiros, segundo testemunhas ouvidas pela PF. Questionado sobre as aulas, o agressor disse tinha interesse em adquirir uma arma. Segundo ele, o objetivo da aquisição era “proteção”, uma vez que se sentia ameaçado por ter feito denúncias contra um político de Uberaba.
O MPF também cita na denúncia que foram encontradas fotos do outdoor com a data da visita de Bolsonaro a Juiz de Fora e dos locais por onde ele passaria.