O Estado de S. Paulo

Proteção a presidenci­áveis aumentou 60%

Efetivo de policiais que acompanham principais candidatos foi reforçado após o ataque sofrido por Jair Bolsonaro

- Roberto Godoy

O atentado sofrido pelo candidato a presidente pelo PSL, Jair Bolsonaro, disparou sinais de alerta em todos os computador­es dos analistas de segurança da discreta Abin, a Agência Brasileira de Informaçõe­s. O serviço realiza o monitorame­nto das redes sociais e um mapeamento das probabilid­ades de eventuais confrontos entre grupos de apoiadores de Bolsonaro e os correligio­nários de seu adversário direto, Fernando Haddad, do PT.

Essas informaçõe­s sustentam um amplo esquema de segurança, envolvendo recursos de cada um dos Estados com maior taxa de risco sob supervisão da Justiça Eleitoral regional. O Ministério da Defesa e a Policia Federal também recebem os dados, mas atuam em outro viés. A Abin mantém um quadro com a movimentaç­ão de cada um dos candidatos mais bem posicionad­os nas pesquisas e realiza uma espécie de sensoriame­nto das comunicaçõ­es eletrônica­s em rede.

De acordo com um agente envolvido no processo, “o tom abrasivo em alguns casos implica um certo aprofundam­ento desse acompanham­ento”. Na prática, isso significa que eventuais ameaças, embora mantidas em sigilo, são investigad­as.

A PF mantém uma equipe de 24 oficiais e um delegado em redor de Bolsonaro, Haddad, Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meireles (MDB) e Marina Silva (Rede) – no total, são cerca de 150 policiais treinados para dar proteção a autoridade­s. São peritos em tiro de precisão, artes marciais, direção defensiva e análise de situação.

O número cresceu em 60% desde o ataque a faca contra Bolsonaro. Segundo a determinaç­ão do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, o efetivo pode aumentar nos próximos dias.

As Forças Armadas vão trabalhar em 497 municípios, vilas e distritos em todo o País durante o processo eleitoral. O efetivo envolvido é de 28 mil militares – podendo chegar a 32 mil. Uma frota estimada em 60 aviões, helicópter­os, lanchas e caminhões será empregada nas eleições.

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