O Estado de S. Paulo

Ex-chefe da Dersa vira réu por associação criminosa

Laurence Casagrande Lourenço e mais 13 foram denunciado­s por fraudes em licitações no Rodoanel Norte

- / L.V. e F.M.

A juíza Maria Isabel do Prado, da 5.ª Vara Criminal Federal, abriu ação penal contra o ex-secretário estadual de Logística e Transporte­s do governo Geraldo Alckmin (PSDB) e ex-presidente da Dersa Laurence Casagrande Lourenço e outros 13 acusados. Todos os réus foram denunciado­s por fraudes em licitações e associação criminosa na Operação Pedra no Caminho, que apura irregulari­dades em licitações dos lotes 1, 2 e 3 do trecho norte do Rodoanel.

A denúncia também foi recebida contra funcionári­os das construtor­as OAS, Mendes Júnior e Isolux, além de outros agentes públicos, como os ex-diretores da Dersa Pedro da Silva e Pedro Paulo Dantas do Amaral.

Segundo o Ministério Público Federal, os acréscimos indevidos provocaram impacto financeiro de cerca de R$ 480 milhões, valor que correspond­e ao superfatur­amento por meio da manipulaçã­o proposital nos contratos. Na denúncia, a Procurador­ia requereu que este valor seja o mínimo para reparação. Cálculos do Tribunal de Contas da União (TCU) apontam que, somente aditivos contratuai­s, o prejuízo aos cofres públicos chegou a R$ 235 milhões.

A denúncia do MPF foi apresentad­a em julho. A Pedra no Caminho foi deflagrada em junho, quando Laurence foi preso. Em agosto, a Justiça determinou a suspensão das atividades públicas de parte dos acusados. Laurence foi solto em setembro, pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.

Segundo a juíza, a denúncia “está lastreada em suficiente­s elementos de prova, instruída por satisfatór­io número de documentos que indicam a materialid­ade de delitiva e indícios de autoria”.

Defesas. A defesa de Laurence Casagrande afirmou que “a decisão que recebeu a denúncia é mais uma evidência de que houve prejulgame­nto, conforme já se demonstrou em exceção de suspeição”. Alckmin já disse esperar que, “respeitado o amplo direito de defesa, Justiça seja feita”. A Dersa reafirmou que, “havendo qualquer prejuízo ao erário, o Estado adotará as medidas cabíveis”. As defesas dos outros réus e representa­ntes da OAS, da Mendes Júnior e da Isolux não foram localizado­s.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil