O Estado de S. Paulo

Número de mortos na Indonésia passa de 1.200

Dias após terremoto e tsunami, sobreviven­tes lutam contra fome e socorrista­s tentam chegar a áreas isoladas

- PALU, INDONÉSIA

Ao menos 1.234 pessoas morreram no terremoto e no tsunami que atingiram a ilha indonésia de Celebes, onde as operações de busca prosseguia­m ontem em meio aos esforços das autoridade­s para evitar os saques. A polícia deu tiros de advertênci­a e usou bombas de gás lacrimogên­eo para dispersar as pessoas que saqueavam lojas em Palu, devastada na sexta-feira pelo tremor de 7,5 graus e o posterior tsunami.

Os sobreviven­tes lutam contra a fome e a sede e os hospitais estão saturados com o grande número de feridos. Autoridade­s disseram que as equipes de resgate ainda não conseguira­m chegar a todas as áreas afetadas pelo desastre. “Em Donggala, por exemplo, há alguns distritos onde temos de enviar suprimento­s por helicópter­o”, disse o coronel Muhammad Thohir, do Exército indonésio. Ele afirmou que gasolina e água potável estão chegando à ilha, embora ainda de forma insuficien­te para as necessidad­es de dezenas de milhares de vítimas que perderam tudo.

Segundo o militar, outras prioridade­s são enviar alimentos para as pessoas mais necessitad­as, sepultar os corpos em valas comuns e garantir a segurança do aeroporto, onde os voos comerciais devem ser retomados hoje. A Cruz Vermelha também trabalha para que chegue mais água potável a Donggala, uma das localidade­s mais afetadas, juntamente com Palu, no norte da ilha.

O porta-voz da Agência Nacional de Gestão de Catástrofe­s, Sutopo Purwo Nugroho, informou que ao menos dez caminhões-tanque, sob escolta policial, abastecera­m Palu com gasolina. “A comunidade está coletando combustíve­l com latas e garrafas. Muitas bombas dos postos de combustíve­l foram danificada­s pelo terremoto e tsunami em Palu”, explicou.

O desespero é visível nas ruas de Palu, onde os sobreviven­tes escalam montanhas de destroços para procurar objetos. Outros se reúnem nas proximidad­es dos poucos edifícios com energia elétrica ou entram em filas para receber água, dinheiro ou combustíve­l, observados por policiais armados.

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