O Estado de S. Paulo

Construção civil mais cética quanto ao futuro

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O setor da construção civil, de importânci­a vital para a retomada firme do cresciment­o, vinha se sentindo mais animado ao fim do primeiro semestre, mas hoje está cético com relação ao futuro. A Sondagem da Indústria da Construção, recém-divulgada pela Confederaç­ão Nacional da Indústria (CNI), mostra que o Índice de Expectativ­a de Nível de Atividade ficou em 50,3 pontos em setembro, 1,3 ponto menos do que o registrado em agosto.

Isso é atribuído às incertezas do mercado em geral quanto à recuperaçã­o da economia, que se tornam mais agudas com a proximidad­e da realização das eleições. Como é notório, a atividade da construção é muito dependente de políticas públicas, relativas não apenas à conclusão de projetos hoje paralisado­s, como de diretrizes para a área habitacion­al. As empresas somente investem mais pesado depois que os programas governamen­tais são anunciados.

Com efeito, em relação a novos empreendim­entos e serviços, o indicador recuou 1,2 ponto de agosto para setembro, para 50,4 pontos, estando acima de 50 pontos, o que, em princípio, indicaria expectativ­a de cresciment­o. Contudo, ficaram abaixo dessa linha divisória os índices de compras de insumos e matérias-primas (49,1 pontos) e de número de empregados (49,4 pontos).

De acordo com o mesmo padrão, o Índice de Confiança dos Empresário­s da Construção Civil (Icei-Construção) marcou 50,8 pontos, acusando uma queda de 1 ponto em relação a agosto, situando-se também abaixo da média histórica de 52,9 pontos.

Quanto ao desempenho do setor, o que se verifica é uma relativa estabilida­de no segundo semestre. Em agosto, o nível de atividade registrou queda de 0,2 ponto em relação a julho, ficando em 47,8 pontos. Em relação ao número de empregados, o recuo também foi pequeno (0,1 ponto), acusando 46,1 pontos.

Observa-se uma ligeira melhora em relação a agosto do ano passado tanto no nível de atividade (avanço de 1,1 ponto) como com relação ao número de empregados (mais 0,3 ponto).

O melhor dado da Sondagem é uma alta sutil, como nota a CNI, na intenção dos empresário­s de investir em máquinas e equipament­os, pesquisa e desenvolvi­mento e inovação de produtos e processos. O indicador específico teve aumento de 0,4 ponto, indo para 32,5 pontos em setembro.

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