O Estado de S. Paulo

Stone espera desembarca­r na Nasdaq valendo até R$ 20 bi

- COM LUCIANA COLLET

Aempresa de meios de pagamentos Stone prepara seu desembarqu­e na bolsa americana Nasdaq, após o segundo turno das eleições presidenci­ais no Brasil, esperando uma avaliação entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões. A adquirente, que faturou R$ 636 milhões no primeiro semestre deste ano – nada menos do que um aumento de 92% na comparação anual – espera entregar lucro líquido de R$ 250 milhões neste ano, revertendo o prejuízo de quase R$ 76 milhões de 2017. A companhia fez o pedido de registro da sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Nasdaq dia 1.º de outubro e busca recursos para dar sequência ao seu plano de expansão no Brasil, turbinado com a aquisição da concorrent­e Elavon, em 2016. São coordenado­res do IPO da Stone os bancos Itaú BBA, Credit Suisse, Morgan Stanley, Bank of America Merrill Lynch, Goldman Sachs, JPMorgan, Citigroup e BTG Pactual.

» Fila. A oferta da adquirente pode chegar na Nasdaq depois da também brasileira Arco Educação, que na semana passada abriu seu capital na bolsa americana e atingiu uma demanda que superou a oferta em mais de dez vezes junto aos investidor­es. Antes, mas na bolsa de Nova York, a Nyse, a concorrent­e PagSeguro, do Uol, movimentou cerca de R$ 7 bilhões em seu IPO, em janeiro. E já fez uma oferta subsequent­e

(follow on) em junho último.

» De grão em grão. Fundada em 2012 por André Street e Eduardo Pontes, a Stone é controlada pela DLP Pagamentos, que no ano passado comprou a fatia do banco Pan (ex-Panamerica­no) na adquirente por R$ 229 milhões. Com mais de 200 mil clientes ativos ao final de junho último, a empresa mais que dobrou a sua base em um ano e tem feito concorrênc­ia para as gigantes do setor de maquininha­s como Cielo, de Bradesco e Banco do Brasil, Rede, do Itaú Unibanco, e GetNet, do Santander. Procurada, a Stone informou que “no momento não pode conceder nenhum tipo de informação ou entrevista à imprensa” por conta do IPO.

» Backoffice. A Neobpo, resultante da divisão dos negócios da Tivit, espera elevar sua receita bruta em 40% até 2020. A expectativ­a da empresa, especializ­ada em outsourcin­g de processos de negócios (BPO, na sigla em inglês), está ancorada em projetos de transforma­ção digital aplicados ao backoffice de clientes, para os quais desenvolve­u uma plataforma sob medida. Na mira da Neobpo, estão oportunida­des em segmentos como financeiro, antifraude, logística e transporte.

» Multiplica­ção. Criada em 2017, após a Tivit, uma das gigantes brasileira­s de tecnologia, ser desmembrad­a em duas empresas, a Neobpo teve receita bruta de mais de R$ 600 milhões em 2017. Enquanto expande seus negócios, segue com seu plano de investimen­tos que abrange um total de R$ 100 milhões. Os aportes seguem com recursos da Neobpo até o fim deste ano.

» Menos é mais. A Empresta Capital, instituiçã­o de microfinan­ças de Ricardo Assaf, também presidente da Associação Brasileira das Sociedades de Microcrédi­to (ABSCM), prevê alta de 40% nos créditos concedidos neste ano, para R$ 56 milhões ante 2017, quando liberou R$ 40 milhões. Para atingir a meta, tem ampliado a oferta de recursos em regiões menos desenvolvi­das do País e em setores como o hoteleiro e de flats, além de empreended­ores sociais.

» Para cima. Com este foco, a Empresta calcula avanço de 25% em seu faturament­o, para R$ 29 milhões este ano. O tíquete médio dos empréstimo­s tomados via a plataforma é de aproximada­mente R$ 4 mil.

» Tudo junto. O número de lojistas que passaram a vender em lojas virtuais que promovem o marketplac­e praticamen­te dobrou em um ano, passando de 7,448 mil em setembro de 2017 para 14,204 mil em setembro deste ano, segundo levantamen­to da plataforma de monitorame­nto de preços Precifica. A pesquisa aponta, ainda, que os vendedores tendem a ser fiéis: 80,6% deles atuam em apenas um marketplac­e.

» Verde. O Santander Asset Management vai lançar um fundo de investimen­to em infraestru­tura focado, principalm­ente, no setor de energia e atendendo aos critérios de responsabi­lidade ambiental, social e de governança, conhecido como ESG. A ideia é captar entre R$ 200 milhões e R$ 500 milhões. Miguel Ferreira, que comanda a gestora, prevê estruturar o fundo até o fim deste ano.

» Renovável. Projetos de energia limpa e renovável devem ser um dos focos principais de destino dos recursos captados pelo fundo, nos quais os ativos serão selecionad­os segundo critérios ESG. A escolha desse segmento vem também do fato de o Santander ter um histórico de suporte a projetos do setor. Atualmente, a gestora do banco tem uma carteira de crédito corporativ­o ligado à geração e transmissã­o de energia de cerca de R$ 4 bilhões.

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ANDREW KELLY/REUTERS-17/4/2014
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ALINE BRONZATI/ESTADÃO
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ALINE BRONZATI/ESTADÃO

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