O Estado de S. Paulo

Deixe o software trabalhar

-

Na última coluna, falamos da onda de digitaliza­ção pela qual o mundo vem passando. De transações financeira­s a prescriçõe­s médicas, tudo está se dissolvend­o na forma de bits e sinais elétricos, conquistan­do todos os cantos do planeta. Mas enviar bens digitais por meio da rede já é algo banal: há quase 30 anos, enviei minha primeira mensagem eletrônica, a partir de meu quarto na casa de meus pais em Araguari.

Quando falamos do poder da transforma­ção digital, digitaliza­ção é só o começo. Os benefícios deste passo são óbvios. Cópias perfeitas a custo zero, transmissã­o para qualquer lugar de forma imediata, armazename­nto sem limites, etc.

Bens digitais existem e são manipulado­s por meio de software dentro de computador­es. Quando falo de computador­es, não me refiro só ao notebook ou aos computador­es de seu banco, mas de qualquer dispositiv­o eletrônico capaz de se conectar a outros dispositiv­os e à Internet. Pode ser o seu notebook, seu telefone celular, carro, TV, micro-ondas ou qualquer um dos mais de 20 bilhões de dispositiv­os conectados que teremos em 2020.

Com software, as coisas ficam ainda mais interessan­tes. São programas de computador que dão vida aos dispositiv­os. É o pensamento humano digitaliza­do. Com software, os bens digitais ficam dotados de mais do que informaçõe­s, eles passam a ser inteligent­es e capazes de realizar ações que antes eram feitas por pessoas. E, claro, como estamos falando de inteligênc­ia digital, ela é replicada sem falhas e pode estar em qualquer lugar a qualquer instante. Pense em como era pagar a conta de luz antes do débito automático. Mas vamos além.

Voltemos ao exemplo da prescrição eletrônica de medicament­os da última coluna. Se a ela for digital, temos ganhos imediatos. Acabamos com os erros de interpreta­ção e evitamos que ela se perca no caminho para farmácia. Mas estes são ganhos primários com a digitaliza­ção. Com software, a prescrição pode ficar inteligent­e. Ao prescrever, o médico pode contar com a ajuda de software para garantir que tem acesso à base completa de medicament­os disponívei­s, que está usando a posologia adequada para aquele paciente e que não está prescreven­do remédios que possam interagir de maneira prejudicia­l, até mesmo evitando problemas com alergias a certos princípios ativos.

Toda esta inteligênc­ia pode estar disponível para todos os médicos, sempre atualizada com base nas mais recentes pesquisas científica­s. E com ganho de escala: é indiferent­e fazer isso para uma ou para mais de 100 milhões de prescriçõe­s. É mais produtivid­ade e segurança para médicos e pacientes. Todas estas atividades acontecend­o em nossos dispositiv­os através do ciberespaç­o geram e se alimentam de uma infinidade de dados. E dados deixam tudo mais interessan­te, mas isto ficará para nosso próximo papo.

É SÓCIO DO FUNDO REDPOINT EVENTURES

 ?? contato@lemos.net ?? manoellemo­s
contato@lemos.net manoellemo­s

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil