O Estado de S. Paulo

Basquete em alta

NBA amplia investimen­to no mercado brasileiro.

- Gabriel Melloni

O fã de NBA no Brasil viverá sensações opostas na temporada 2018/2019, que começa dia 16. Se por um lado o número de jogadores brasileiro­s na liga caiu, por outro o melhor basquete do mundo nunca teve os olhos tão voltados para o País. O interesse tem motivo: o mercado nacional está cada vez mais atraente.

“O brasileiro gosta, acompanha e entende de esportes. E o basquete vem crescendo nos últimos anos”, disse o veterano Anderson Varejão, ex-Cleveland Cavaliers e Golden State Warriors, em entrevista ao Estado. “Cada vez que voltava ao Brasil, eu sentia o aumento de interesse das pessoas. A paixão cresceu bastante, o basquete vem ganhando seu espaço.”

O aumento no número de jogos transmitid­os, as inauguraçõ­es de “casas” voltadas à liga e até o convite para que times do Brasil enfrentem os da NBA fazem parte do investimen­to. Hoje, o Flamengo, de Varejão, encara o Orlando Magic, na Flórida.

Chefe da NBA no País, Rodrigo Vicentini explicou que o Brasil é “o segundo mercado mais estratégic­o para a NBA no mundo”, atrás somente da China. “Temos aumentado a nossa presença ano a ano, investindo em vários segmentos, e o resultado tem sido excelente. Não apenas no ‘tamanho’ do jogo, em exposição na mídia, transmissõ­es e parceiros, mas em estar mais perto do público, trazendo novas plataforma­s, ativando com as marcas, criando mais oportunida­des e ambientes”, comentou.

Nas últimas duas temporadas, a liga promoveu a NBA Finals, uma casa na Avenida Paulista, em São Paulo, para a transmissã­o das finais. No mês passado, inaugurou a NBA Basketball School, que permite que entidades com escolinhas de basquete para jovens de 6 a 17 anos possam adquirir seu método de desenvolvi­mento. Trouxe lojas para o País e projeta a estreia do NBA Café para o ano que vem.

“Estamos oferecendo experiênci­as aos fãs, trazendo nossas melhores plataforma­s para o Brasil e expandindo a liga localmente”, conta Vicentini. “A NBA é mais do que uma liga esportiva, é uma marca que respira experiênci­a e ‘lifestyle’. A NBA é consumida não apenas pelo fã de basquete. É forte entre aqueles que enxergam a liga como cultura, moda e estilo.”

O dirigente garantiu que o mercado brasileiro já é uma realidade rentável. “O investimen­to é cada vez maior e mais bem planejado. Para crescer, é preciso investir, e isso tem muito a ver com a forma como a liga enxerga o Brasil, em como acredita no negócio e no esporte e em

como o País recebe a NBA.”

Se fora de quadra o Brasil é cada vez mais atraente à NBA, dentro a realidade é outra. Dois anos após ter nove atletas do País em suas equipes, a liga tem apenas três garantidos para esta temporada: Raulzinho, do Utah Jazz, Cristiano Felício, do Chicago Bulls, e Nenê, do Houston Rockets. Bruno Caboclo tem vínculo com os Rockets para a pré-temporada e sua permanênci­a ainda é uma incógnita.

“Isso é do esporte. Todos os anos, dezenas de atletas chegam à NBA, outros saem, há trocas entre as franquias... Faz parte da modalidade”, entende Varejão. “Temos uma renovação, temos jogadores de talento surgindo, isso vai fazer o nosso basquete seguir forte.”

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STAFF IMAGENS – 20/9/2018 Empolgação. Varejão, no Fla, destaca interesse pela NBA
 ?? NICOLE SWEET/USA TODAY SPORTS - 3/4/2018 ?? Atração. Aaron Gordon é um dos astros do Orlando Magic
NICOLE SWEET/USA TODAY SPORTS - 3/4/2018 Atração. Aaron Gordon é um dos astros do Orlando Magic

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