FBI exime juiz de abuso e facilita sua confirmação
Relatório não encontra indícios de que Brett Kavanaugh tenha abusado de mulheres
O presidente da Comissão de Justiça do Senado dos EUA, o republicano Chuck Grassley, afirmou ontem que o FBI não encontrou indícios de supostos abusos cometidos por Brett Kavanaugh, juiz indicado à Suprema Corte pelo presidente Donald Trump, após ler o relatório redigido pelos investigadores.
“Não há nada que já não soubéssemos. Essas acusações não corroboradas são inverídicas e rechaçadas pelo juiz Kavanaugh. Nem a Comissão de Justiça nem o FBI conseguiram encontrar uma terceira parte que confirmasse as alegações. Essa investigação não encontrou indícios de má conduta”, afirmou Grassley, em comunicado.
O relatório é produto das investigações feitas desde sextafeira pelo FBI, após um pedido da Casa Branca, que cedeu à pressão de senadores influentes para a realização da investigação. Além de saber se Kavanaugh cometeu ou não algum dos abusos dos quais é acusado, espera-se que o relatório esclareça se o juiz mentiu ou não para a Comissão de Justiça do Senado durante seu depoimento no dia 27.
Depois de ter acesso ao resultado da investigação ontem, Grassley pediu a votação para confirmar Kavanaugh como juiz da Suprema Corte. “É hora de votar. Votarei para confirmar o juiz Kavanaugh”, disse.
Margem.
Os republicanos do Senado garantiram que a votação para confirmar ou não Kavanaugh deve ocorrer esta semana – hoje ou amanhã. A pouca força dos conservadores no Senado, com 51 das 100 cadeiras, faz com que os republicanos não possam perder nenhum voto se quiseram aprovar a nomeação.
Segundo o New York Times, dois senadores republicanos que estavam indecisos indicaram ontem estar satisfeitos com a investigação do FBI. De acordo com o jornal, Jeff Flake do Arizona, que pediu a investigação, e Susan Collins, do Maine, não confirmaram se votariam para confirmar Kavanaugh, mas testemunhas disseram que, após uma reunião entre eles, os dois teriam concordado em aprová-lo.
A senadora democrata Heidi Heitkamp, que enfrenta uma dura corrida pela reeleição no seu Estado, Dakota do Norte, também era uma das indecisas, mas segundo o site Politico, ela teria decidido votar contra o juiz. A confirmação dos dois votos dos republicanos, porém, já seria suficiente para garantir a nomeação.
Kavanaugh foi acusado de abusos sexuais por três mulheres, entre elas Christine Blasey Ford, que há uma semana contou sua versão da história em uma audiência pública no Senado sobre fatos que teriam ocorrido durante uma festa em 1982.