Fujimori apela para não voltar à prisão
Ex-presidente do Peru diz que retorno seria uma ‘pena de morte’, pois ele está muito fraco para ser preso novamente
O ex-presidente peruano Alberto Fujimori, cujo indulto foi anulado pela Justiça na quartafeira, pediu ontem às autoridades não o enviem para a prisão, pois isso significaria uma “pena de morte” pare ele.
“Quero pedir ao presidente da república e aos membros do Judiciário apenas uma coisa: por favor, não me matem. Se eu retornar à prisão, meu coração não vai aguentar, está fraco demais para passar por isso novamente. Não me condenem à morte, já não aguento mais”, declarou Fujimori, de 80 anos, em um vídeo gravado na clínica onde ingressou horas após a anulação do indulto.
“Quero pedir às autoridades e políticos, por favor, não me usem como arma política, pois já não tenho forças para resistir”, disse o ex-presidente, com a voz embargada.
Fujimori, que tem problemas crônicos de hipertensão e arritmia cardíaca, recebeu um indulto humanitário em dezembro de 2017 depois de 12 anos preso. Ele cumpria uma sentença de 25 anos por crimes contra a humanidade durante seu governo (1990-2000). Na quarta-feira, a Suprema Corte anulou o indulto e ordenou que o ex-presidente retornasse à prisão.
Ontem, o ministro do Interior do Peru, Mauro Medin, informou que Fujimori já está sob custódia policial na Clínica Centenário Peruano-Japonesa, na qual esteve internado várias vezes por problemas de saúde.
“Esperamos apenas que ele tenha alta da clínica para que seja levado ao Instituto Penitenciário Nacional”, disse o ministro à rádio RPP. Ontem, o expresidente peruano Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018) disse que não se arrepende de ter indultado Fujimori. “Controvertido? Sem dúvida. Mas legal, também sem dúvida”, afirmou PPK sobre o indulto.