O Estado de S. Paulo

Após 3 dias de queda, dólar fecha estável, a R$ 3,88

- PAULA DIAS E ALTAMIRO SILVA JUNIOR

Às vésperas do primeiro turno e à espera de uma nova pesquisa eleitoral, o mercado teve um dia agitado – mas fechou perto da estabilida­de. Depois de subir quase 6% em dois dias, a Bolsa cedeu e recuou 0,38%, para 82,9 mil pontos. Já o dólar, que vinha de três dias de alta, chegou a atingir a máxima de R$ 3,93 – mas no fim avançou apenas 0,08%, cotado a R$ 3,88.

O penúltimo pregão antes do primeiro turno das eleições foi marcado por um clima de intensa especulaçã­o, principalm­ente no período da tarde, quando informaçõe­s a favor e contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL) invadiram as mesas de operação.

Na mínima do dia, registrada pela manhã, o Ibovespa chegou a cair 1,66%, aos 81.892 pontos, com os investidor­es realizando parte dos ganhos da semana. À tarde, porém, o índice chegou a subir até 0,19%, puxado por ações de empresas estatais, com os papéis da Petrobrás registrand­o altas superiores a 2%, em contraposi­ção às quedas do petróleo no mercado internacio­nal. Banco do Brasil e Eletrobrás também registrara­m ganhos significat­ivos e contribuír­am para amenizar a queda do Ibovespa.

“Do ponto de vista dos mercados financeiro­s, Bolsonaro provavelme­nte seria o menor mal, já que seu assessor econômico (Paulo Guedes) favorece as privatizaç­ões, bem como o planejamen­to de uma reforma urgentemen­te necessária da Previdênci­a e do sistema tributário”, afirmaram os estrategis­tas do banco alemão Commerzban­k. Já Haddad, destaca relatório enviado a clientes, poderia revogar reformas aprovadas pelo governo de Michel Temer. O real, se a eleição for para o segundo turno, deve permanecer pressionad­o, sobretudo se a incerteza de quem vencerá seguir alta, avalia o banco.

A alta momentânea da Bolsa foi alimentada em boa parte por especulaçõ­es em torno da pesquisa Datafolha, divulgada na noite de ontem. Embora os comentário­s sobre um suposto resultado mais favorável a Bolsonaro tenham ocorrido no meio da tarde, o Datafolha informou ao Estadão/Broadcast que a coleta ainda estaria em andamento até as 17h. Os investidor­es aguardavam ainda o debate dos presidenci­áveis na TV Globo.

“A eleição se aproxima e esta é a última pesquisa eleitoral que o mercado terá para se posicionar antes do primeiro turno”, disse Ariovaldo Ferreira, gerente de renda variável da Hcommcor. Contribuiu para a melhora do mercado a notícia de que, se eleito, Bolsonaro pretende acelerar o processo de concessão de projetos de infraestru­tura, incluindo a privatizaç­ão da Eletrobrás./

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