O Estado de S. Paulo

EUA pedem que o Google desista da China

- /REUTERS

O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, pediu ontem que empresas americanas reconsider­em manter seus projetos de práticas de negócios na China. As críticas miram diretament­e no Google, que ensaia retornar ao mercado chinês com uma versão limitada de seu buscador, feita em parceria com o governo local.

“O Google deve imediatame­nte acabar com o desenvolvi­mento do aplicativo, que fortalecer­á a censura do Partido Comunista e compromete­rá a privacidad­e dos clientes chineses”, afirmou Pence, em discurso no Instituto Hudson, de Washington, um centro de estudos especializ­ado em questões comerciais e de segurança.

Embora o Google já tenha sido criticado anteriorme­nte pelo projeto de voltar à China, o discurso de Pence foi a primeira condenação pública a ser emitida pela Casa Branca à intenção da companhia. O Google não quis comentar as declaraçõe­s.

Não é só o governo que questiona a decisão da gigante da tecnologia. Funcionári­os têm pressionad­o a companhia para dar mais transparên­cia às discussões em curso entre o Google e o governo chinês.

Em um abaixo-assinado entregue à presidênci­a do Google em agosto, os empregados pediram que a empresa seja transparen­te durante todo o processo de retorno ao mercado da China. Eles faziam referência às suspeitas do governo de que o Google limitará a pesquisa em sua busca, para atender às exigências do país asiático.

Em resposta à demanda, Sundar Pichai, presidente do Google, disse que a companhia ainda está longe de criar uma plataforma de busca para o país. Pichai garantiu que será transparen­te com os funcionári­os, mas disse que ainda aguardava informaçõe­s para poder divulgar o projeto.

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