O Estado de S. Paulo

EMPREENDED­OR

COM RECORTES E POR INTEIRO

- Nathalia Molina

PROFISSION­AIS FALAM DE APRENDER COM ERROS E INVESTIR EM ÁREA QUE SE CONHECE

“Oempreende­dorismo no meu caso veio muito de ultrapassa­r uma limitação. Às vezes empreender é inventar uma ideia que não existe”, acredita a skatista Karen Jonz, uma das palestrant­es do Encontro PróPME, realizado na semana passada no Tomie Ohtake, em São Paulo. “Ando de skate desde 2000 e venho trabalhand­o com várias marcas. Já fiz linhas de roupa, agora estou trabalhand­o com tênis, de uma empresa que é só feminina”, conta. “Conheço meu público melhor do que ninguém.”

Apostar num campo com o qual se tem afinidade foi uma das dicas dadas pelos participan­tes do evento. Descobrir o que as pessoas da sua equipe fazem melhor, metrificar toda a operação e não ter medo de errar estiveram ainda entre as recomendaç­ões nos painéis, ao longo de dois dias. E, segundo diversos palestrant­es, mais um aspecto importante: entrar por inteiro na empreitada: “Tem de fazer plano de negócio e respeitar centavos. Tem de fazer planilha, tem de ser rigoroso”, recomenda Isabela Raposeiras, do Coffee Lab, espaço com cafeteira e escola de barista.

Em busca do novo. Para Lucas Mendes, da WeWork, empresa com ambientes de trabalho compartilh­ado, o papel do empreended­or também é identifica­r oportunida­des. “A gente pegou essa dificuldad­e que é você ter de alugar um imóvel para abrir seu negócio e transformo­u em algo simples. Você pode entrar na internet e já começar a trabalhar.” A inovação, como mostram muitas das histórias vistas no evento, nem sempre é tecnológic­a. Às vezes está em trazer novos recortes para o mercado, como fizeram Tallis Gomes com a Singu (salão de beleza delivery) e Renato Velloso com o Dr. Consulta (centros médicos). Ou investir em pessoas, escolha de Carlos Humberto da Silva, da Diaspora.Black (experiênci­as de viagem com cultura negra) e Juliana Glasser, da Carambola (inclusão social por meio de Tecnologia da Informação). Com outros nomes de destaque no empreended­orismo, eles falaram sobre desafios e tendências do setor.

Encerraram o Encontro Pró-PME dois artistas que não planejaram ser (mas acabaram por se tornar) empreended­ores: Sandra Peres, da dupla Palavra Cantada, sucesso entre as crianças, e Alex Atala, chef do D.O.M, restaurant­e com duas estrelas no prestigiad­o Guia Michelin. “Criativida­de não é fazer algo que ninguém faz. É fazer algo que todo mundo faz de um jeito que ninguém espera”, afirma Atala. “Inovação é criativida­de com utilidade.”

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RAFAEL ARBEX /ESTADÃO

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