BOLSONARO SOBE E ATINGE 41% DOS VÁLIDOS; HADDAD TEM 25%
NA RETA FINAL, CANDIDATO DO PSL AMPLIA VANTAGEM; NO 2º TURNO, BOLSONARO TERIA 52% E O PETISTA, 48%
Ocandidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, cresceu 3 pontos e aparece isolado na liderança, com 41% dos votos válidos, na mais recente pesquisa Ibope/Estado/TV Globo, divulgada ontem. Fernando Haddad (PT) tem 25% das intenções de votos, 3 pontos a menos que na pesquisa anterior, divulgada na quarta-feira. Ciro Gomes (PDT) cresceu 1 ponto, chegando a 13% e Geraldo Alckmin (PSDB) manteve os 8%. Marina Silva (Rede) perdeu 1 ponto, passando a 3% e está empatada com João Amoêdo (Novo). Para ser eleito no primeiro turno, um candidato precisa de 50% mais 1 dos votos válidos, que excluem nulos e brancos. Nos votos totais, ou seja, levando-se em conta os brancos e nulos, Bolsonaro subiu 4 pontos desde a quarta-feira, de 32% para 36%, enquanto Haddad oscilou de 23% para 22%. No segundo turno, Bolsonaro ficaria com 52% e Haddad, com 48%, nos votos válidos, empatados no limite da margem de erro (2 pontos porcentuais). Em outra simulação, Ciro teria hoje 52% em confronto com Bolsonaro, que ficaria com 48%.
Ocandidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, manteve a tendência de crescimento demonstrada nos últimos dias e atingiu 41% dos votos válidos na véspera da votação em primeiro turno, conforme pesquisa Ibope/Estado/TV Globo divulgada ontem. Fernando Haddad, do PT, continua sendo o favorito para conquistar a segunda vaga em um eventual segundo turno. O petista tem 25% dos votos válidos, três pontos a menos que na pesquisa anterior, divulgada na quarta-feira passada. Para vencer no primeiro turno, Bolsonaro precisaria de 50% dos votos válidos mais um.
A campanha mais curta – a disputa oficial começou há 35 dias – chega hoje à votação em primeiro turno polarizada em duas candidaturas que romperam a tradição da disputa PSDB x PT, duelo recorrente havia 24 anos. Não são poucos os dados e fatos que reforçam o caráter singular desta eleição presidencial.
Desde 1989, uma eleição não reunia tantos concorrentes ao Palácio do Planalto. Treze postulantes se apresentaram em meio a um cenário de forte desgaste da classe política e de impopularidade recorde do governo do presidente Michel Temer. O centro fragmentado, resultado do racha da coalizão que sustentou Temer após o impeachment de Dilma Rousseff, ajudou a configurar a nova polarização. Bolsonaro capturou dos tucanos o papel de contraponto ao PT e se consolidou como a principal opção do eleitorado antipetista – o que ajuda a explicar a resiliência do líder desde que a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva foi barrada pela Justiça Eleitoral.
Esta campanha já teve um candidato preso, caso de Lula, condenado na Operação Lava Jato, e outro internado em um hospital, caso de Bolsonaro, que foi alvo de uma facada em Juiz de Fora (MG). Os episódios ilustram o grau elevado de acirramento da atual disputa, marcada pela inédita onda de desinformação e notícias falsas. Somente o projeto Verifica, núcleo de checagem do Estado, recebeu, de meados de junho até o momento, 90 mil mensagens com pedidos de verificação de conteúdo.
Haddad assumiu a candidatura presidencial do PT sob o impacto do impeachment de Dilma e da prisão de Lula por corrupção. Bolsonaro expôs ideias radicais e compete com o petista no tamanho da rejeição. Com este ambiente eleitoral, até as candidaturas de centro apelaram para a agressividade. Além de radicalizar o debate, a predominância das candidaturas situadas nos extremos deixou em segundo plano a discussão sobre as reformas estruturantes e medidas para tirar o País da crise. Os 147 milhões de brasileiros aptos a votar vão às urnas sem um repertório concreto de propostas para resolver os problemas que o próximo presidente terá de enfrentar a partir de 2019.