Filho de Bolsonaro é o deputado mais votado
Com mais de 2 milhões de votos, Janaina Paschoal ajuda PSL de Bolsonaro a conseguir maior bancada em SP
Ícone do processo de impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff (PT), em 2016, a advogada e professora Janaina Paschoal (PSL) foi a deputada estadual mais votada da história da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), com mais de 2 milhões de votos.
Além dela, que teve seis vezes mais eleitores do que Fernando Capez (PSDB), o mais votado em 2014, o ativista de direita Arthur do Val (DEM), ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL) e conhecido como Mamãe Falei (em referência ao seu canal no YouTube) foi o segundo mais votado, com 470 mil votos.
Uma das autoras do pedido de impeachment de Dilma, Janaina é advogada e chegou a ser cotada para ser vice na chapa presidencial de Bolsonaro, mas declinou do convite alegando motivos pessoais. Entre os cinco mais votados aparece ainda Gil Diniz (PSL), conhecido como Carteiro Reaça e apoiador de Bolsonaro nas redes sociais.
O terceiro mais votado foi o deputado Carlos Giannazi (PSOL), com 126 mil votos, seguido pelo Coronel Telhada (PP), com 211 mil votos. Pela primeira vez desde 1998, o PSDB não tem nenhum deputado entre os cinco mais votados. O melhor tucano foi o atual presidente da Alesp, Cauê Macris, com 113 mil votos, a 19.ª maior votação. Já o melhor desempenho nas urnas de um petista foi registrado pelo deputado Barba, com 90 mil votos. Caio França (PSB), filho do governador Márcio França (PSB), foi o nono mais votado, com 149 mil votos.
Nova composição. A votação expressiva de Janaina Paschoal deu ao PSL, pela regra do quociente eleitoral, a maior bancada entre os 24 partidos que estarão representados na Alesp: 15 deputados. Hoje, o partido de Bolsonaro não conta com nenhum representante no Legislativo paulista.
A segunda maior bancada será a do PT, com dez deputados, seguido por PSDB e PSB, com oito representantes cada um.
Embora ainda figurem na lista dos partidos com as maiores bancadas da Alesp, as três siglas terminam o pleito de 2018 mais fracas do que no ano de 2014: todas elegeram menos representantes agora do que nas eleições passadas.
A maior derrota foi a do PSDB, cuja bancada passou de 19 para oito. Entre os petistas, foram quatro eleitos a menos. Já a bancada do PSB caiu de 11 para oito, o que indica que qualquer candidato que ganhe o governo no segundo turno (o tucano João Dória ou Márcio França) terá o mesmo número de membros do partido na Alesp.
Além do PSL, outras cinco siglas que não tinham representatividade na Assembleia conquistaram cadeiras nas eleições deste ano: Novo, com quatro deputados eleitos, e PDT, PHS, Rede e Solidariedade, com um representante cada. Por outro lado, três partidos representados na legislatura atual não terão membros a partir de janeiro de 2019: DC, PRP e PSC.