O Estado de S. Paulo

Disputa será entre Zema e Anastasia em Minas

Candidato do Novo surpreende­u com expressivo cresciment­o na reta final da campanha e terminou o primeiro turno como líder

- Jonathas Cotrim BELO HORIZONTE / COLABOROU LEONARDO AUGUSTO

Empresário do Triângulo Mineiro e dono de um patrimônio de R$ 45 milhões, o candidato do Partido Novo, Romeu Zema, começou a disputa ao governo de Minas Gerais, a primeira de sua vida, de maneira discreta.

Sem coligação, tempo de TV e recursos do fundo eleitoral, Zema cresceu nas pesquisas de intenção de votos, especialme­nte nos últimos dias, saltando oito pontos porcentuai­s, e agora aparece como líder na disputa, desbancand­o a polarizaçã­o entre o governador Fernando Pimentel (PT), candidato à reeleição, e o senador Antonio Anastasia (PSDB). Pesquisa de boca de urna do Ibope, divulgada antes do início da apuração, apontou Zema com 41%, Anastasia com 29% e Pimentel 22%.

O cresciment­o do candidato ocorreu após o último debate para o governo, realizado pela Rede Globo. Na ocasião, Zema cometeu uma “gafe”, em suas consideraç­ões finais ao pedir votos para os candidatos à presidênci­a do Novo, João Amoêdo, e do PSL, Jair Bolsonaro. Após isso, saiu de 10% das intenções de voto para 18% na pesquisa Ibope divulgada no sábado (6).

“Mesmo sem tempo de TV e rádio, subimos na pesquisa e quando tive oportunida­de de participar de um único debate constatei que o mineiro está indignado com a velha política.”

Com oito segundos de tempo de televisão, a campanha do candidato defendeu uma administra­ção estatal mais enxuta, com cortes de gastos e de privilégio­s. Além disso, defendeu a quebra do monopólio de empresas estatais mineiras, como Cemig e Copasa, com a venda de parte dessas companhias.

“Sou a favor da privatizaç­ão. Talvez a única a não ser privatizad­a é a Codemig, pois é recebedora de royalties, principalm­ente do Nióbio. Quanto as demais, o setor privado saberia fazer melhor gestão. A privatizaç­ão precisa ocorrer em benefício do consumidor”, disse.

Além disso, Zema defendeu a redução no número de municípios e a venda de patrimônio­s do Estado, como o Palácio das Mangabeira­s, residência oficial do governador mineiro. Sua primeira medida, caso seja eleito, será transforma­r o Palácio das Mangabeira­s – residência oficial do governador –, em um Museu dos Privilégio­s.

Em sua proposta de redução da máquina pública, Zema causou polêmica ao defender a fusão de Estados no Nordeste do Brasil. “O Brasil virou uma farra no setor público para criar cargos. Acho que deveria haver, não só fusão de Estados, mas também de municípios. Faz parte do processo de enxugament­o do Estado no Brasil”, defende.

A família de Romeu Zema é proprietár­ia do Grupo Zema, especializ­ado em lojas de departamen­to e distribuiç­ão de combustíve­is. Em fevereiro de 2018, ele estava entre um grupo de brasileiro­s que teve a cidadania

cancelada, após suspeitas de fraude e alegou que foi problema no cartório da Itália e que estava recorrendo da decisão.

Ele disse que foi convidado pelo Novo para se candidatar ao governo de Minas em agosto do ano passado. “Achei que seria o momento de contribuir, de alguma forma, na situação que temos enfrentado. Então repensei e decidi encarar esse desafio. Foi um convite que veio em um momento adequado.”

Alinhado à filosofia de seu partido, ele defende a candidatur­a de pessoas de fora da política. “Quem está de fora, está livre dos vícios que a grande maioria dos que estão lá têm. Na mente deles, as coisas são resolvidas da forma antiga e errada. A política precisa ser oxigenada, renovação é sempre bom. Não me considero nem um pouco menos preparado do que os concorrent­es, pois tenho uma boa formação, um histórico de realizaçõe­s na minha empresa.”

Minas Gerais. Com 100% das urnas apuradas, os candidatos Rodrigo Pacheco (DEM) e Carlos Viana (PHS) estão eleitos para o Senado com 20,49% e 20, 22% respectiva­mente. Ambos terão oito anos de mandato.

Os dois eleitos deixaram para trás o candidato Dinis Pinheiro (Solidaried­ade), com 18,42%, Dilma Rousseff (PT), com 15,35%, Rodrigo Paiva (Novo), com 7,61%. Pacheco é advogado e deputado federal. Tem 41 anos e nasceu em Porto Velho (RO). Foi candidato a prefeito de Belo Horizonte nas eleições de 2016. Terminou a disputa em terceiro lugar.

Já Carlos Viana é de Braúnas. Jornalista, trabalha na Rádio Itatiaia. É formado em Estratégia pelo Centro de Pós-graduação e Pesquisas em Administra­ção da Universida­de Federal de Minas Gerais (CEPEAD/UFMG).

 ?? WILLIAM ALVARO ?? Empresário. Candidato ao governo de Minas Gerais pelo Novo, Romeu Zema vota em Araxá
WILLIAM ALVARO Empresário. Candidato ao governo de Minas Gerais pelo Novo, Romeu Zema vota em Araxá
 ?? LEO FONTES/O TEMPO ?? Belo Horizonte. O candidato ao governo Antonio Anastasia (PSDB) vota no Colégio Arnaldo
LEO FONTES/O TEMPO Belo Horizonte. O candidato ao governo Antonio Anastasia (PSDB) vota no Colégio Arnaldo

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil