O Estado de S. Paulo

No 2º turno, desafio de Bolsonaro é calar vice

- ANDREZA MATAIS TWITTER: @COLUNADOES­TADAO COLUNADOES­TADAO@ESTADAO.COM POLITICA.ESTADAO.COM.BR/BLOGS/COLUNA-DO-ESTADAO/

Acampanha de Jair Bolsonaro (PSL) enxerga como um desafio para o 2.º turno controlar seu candidato a vice, general Mourão. A estratégia é isolá-lo e vendê-lo como alguém folclórico, uma vez que ele é considerad­o fora de controle e que de nada adiantaram os pedidos para que parasse com as declaraçõe­s polêmicas. O problema é como fazer isso sem passar a impressão de que, se eleito, Bolsonaro já chega tendo problemas com o vice, munição certa para o seu adversário, Fernando Haddad (PT). Militares entrarão em campo para ajudar na tarefa.

» Língua solta. No primeiro turno, Mourão já disse que o 13.º salário é uma jabuticaba, que o neto é bonito por representa­r o “branqueame­nto da raça” e que o “Brasil herdou indolência dos indígenas e malandrage­m dos africanos”.

» Acabou a paciência. Em conversas com seu círculo mais próximo, Bolsonaro demonstra que perdeu a paciência com o vice, a quem já chama na intimidade de “imbecil”, segundo dois interlocut­ores, e diz não entender a razão de o general insistir em polemizar.

» Tá liberado. A equipe do Hospital Albert Einstein que atende Bolsonaro não vê empecilhos para que ele participe de debates na TV no 2.º turno. Ele será reavaliado esta semana e deve receber alta do home care. No 2.º turno, Bolsonaro vai aparecer como conciliado­r.

» Campanha do medo. O PT vai se valer de estratégia já conhecida do partido para tentar derrotar Jair Bolsonaro no 2.º turno: com foco no eleitor das classes C, D e E, vai insistir que Bolsonaro vai tirar direitos do trabalhado­r e acabar com programas sociais.

» Agora é guerra. Além das declaraçõe­s do vice de Bolsonaro, outro ponto a ser explorado será o voto contrário dele à lei que regulament­ou a profissão de empregada doméstica.

» Travado. O PT pedirá reforço das centrais e movimentos sociais para disseminar a versão de que Bolsonaro é contra o trabalhado­r.

» Os eleitos. Zequinha Marinho (PSC), eleito senador pelo Pará, já fez discurso na Câmara dos Deputados dizendo ser uma “aberração” beijo gay em novela.

» Fui. Apesar dos esforços da campanha de Bolsonaro, Alvaro Dias não vai apoiálo. A interlocut­ores, o candidato do Podemos disse que vai desaparece­r e para um deles explicou: “Os que querem assassinar esse País que o façam”.

» Eu já sabia. Decretada a derrota de Geraldo Alckmin, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) lembrou a aliados que tentou fazer uma autocrític­a quando assumiu a presidênci­a do PSDB, mas que foi arrancado do cargo após críticas por ter reconhecid­o erros do partido. » Vamos conversar? Após a definição de 2.º turno entre Bolsonaro e Haddad, a #FicaTemer ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter mundial. Em grupos de WhastApp circulava o seguinte meme: “Se a gente pedir desculpas, você fica, Temer?”

» Chinelada. O deputado federal mais bem votado do Paraná, Sargento Fahur (PSD), se autodenomi­na “exterminad­or de vagabundos” e deu declaraçõe­s polêmicas ao longo da campanha. “Se você mimar seus filhos, poderá ter que criar seus netos”, dizia.

COM NAIRA TRINDADE E JULIANA BRAGA

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