O Estado de S. Paulo

Eduardo Leite e Sartori definem disputa no RS

Candidato do PSDB, cujo cresciment­o foi o destaque da campanha, teve 35,90% dos votos e emedebista, que luta por reeleição, ficou com 31,11%

- Filipe Strazzer ESPECIAL PARA O ESTADO RIO GRANDE DO SUL COLABOROU LUCIANO NAGEL / ESPECIAL PARA O ESTADO

Depois de terminar o 1º turno na frente para a disputa do governo gaúcho, com 35,90%, Eduardo Leite (PSDB) declarou seu apoio ao presidenci­ável Jair Bolsonaro (PSL), no segundo turno das eleições de 2018. O tucano falou em “exclusão de um caminho” ao se referir ao PT e disse estar disposto a conversar com Bolsonaro “por um desejo de contribuiç­ão ao Brasil”. No primeiro turno, o candidato do PSDB gaúcho apoiou Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidênci­a.

Leite também afirmou que a escolha por Bolsonaro se dá “por não haver hipótese” de apoiar o PT numa “eleição plebiscitá­ria” no segundo turno. “(O PT) foi um caminho que quebrou o Brasil, gerou desemprego. Um governo que prejudicou o País e o condenou a viver um período de recessão, que piorou a vida dos brasileiro­s”, disse o tucano. “Por essa exclusão, estamos dispostos a construir com a candidatur­a de Jair Bolsonaro”, completou o candidato.

Sobre posições polêmicas do presidenci­ável, o candidato gaúcho se defendeu. “(O apoio) não significa adesão a todas as suas ideias, não vou arredar o pé do que acredito”, disse Leite, referindo-se a seu apoio a políticas para mulheres e de inclusão.

Sobre a votação, Leite afirmou que a população deu recado “claro” às urnas. “Foi expressado um sentimento, a população não quer mais a política que aí está. Ela quer não só novas pessoas, mas novas atitudes”, disse, indicando que a estratégia da “novidade” adotada no primeiro turno continuará a ser usada até o dia 28 de outubro.

Leite saiu de 8% no primeiro levantamen­to Ibope, no dia 17 de agosto, à liderança no primeiro turno, com 35,90% dos votos. Ainda nesta semana, ele deve se reunir com integrante­s do PSDB, em Brasília, para afinar a estratégia para o segundo turno. Caso eleito, o candidato de 33 anos, que foi prefeito de Pelotas entre 2013-2016, será o governador mais jovem do RS desde a redemocrat­ização.

Segundo lugar nas urnas, o atual governador, José Ivo Sartori (MDB), registrou 31,11% e será o adversário de Leite. O tucano também afirmou que pretende diminuir a burocracia no Estado para atrair investimen­tos e reduzir a alíquota do ICMS. Leite também se compromete­u a pagar em dia o salário do funcionali­smo já no primeiro ano de governo e disse querer “um Rio Grande do Sul menos refém do ajuste das contas”.

Logo após a apuração das urnas, Sartori afirmou que o seu governo não descarta o apoio do PT durante o segundo turno. “Nós não apoiamos o PT, inclusive não apoiamos quem era candidato a vice do meu partido, hoje condenado pelo PT. Mas quem criou o Michel Temer como vice-presidente da República foi o próprio PT. Como é que eu não vou aceitar quem deseja me apoiar ou não? Seja da cor que for, do partido que for”, disse Sartori. O governador também lamentou a derrota de seus aliados ao Senado – referindos­e à vitória de Luis Carlos Heinze (PP) e Paulo Paim (PT). Questionad­o sobre quem apoiará na presidenci­al, ele disse que seguirá a orientação do partido. “Vou acompanhar o que o MDB decidir.” Já o seu vice, José Paulo Cairoli (PSD), deixou claro que irá apoiar Jair Bolsonaro (PSL). “A sociedade nos chama à reflexão e vejo que o discurso mais adequado, no momento, chama-se Bolsonaro”, afirmou Cairoli.

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FOTOS ALEX VIANA/AGÊNCIA F8 Reta final. Sartori não descarta apoio do PT
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Estratégia. Leite declara apoio a Bolsonaro

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