O Estado de S. Paulo

Rui Costa é reeleito e mantém Bahia sob domínio do PT

Com 75,41% dos votos, Costa bate José Ronaldo (DEM) e governará o Estado, reduto petista, por mais quatro anos

- Yuri Silva SALVADOR

O atual governador da Bahia, Rui Costa (PT), foi reeleito no primeiro turno. Com 75,41% dos votos válidos, ele governará o Estado por mais quatro anos a partir de 2019. Seu principal adversário nessa campanha, o exprefeito de Feira de Santana José Ronaldo (DEM), obteve 22,33% dos votos válidos, confirmand­o o cenário indicado pelas pesquisas de intenção de voto no Estado divulgadas nos dias que antecedera­m a eleição.

“Sei que estão orgulhosos de ver alguém que nasceu na favela chegar até aqui”, afirmou o governador eleito após a divulgação do resultado, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador.

A vitória é a quarta seguida do PT na Bahia e consolida o espólio do partido no Estado, que governa há 11 anos.

Em terceiro lugar, com 0,67% ficou o candidato do PSOL Marcos Mendes, seguido de João Henrique Carneiro (PRTB), com 0,58%, João Santana (MDB), com 0,49%, Célia Sacramento (Rede), que recebeu 0,47%, e Orlando Andrade, com apenas 0,05%. Votos brancos somaram 3,83% no Estados e nulos, 14,24%. O índice de abstenção foi de 20,74%.

Rui Costa é economista e exsindical­ista. Foi secretário de governo do ex-governador Jaques Wagner, quando cuidava da articulaçã­o política e se cacifou para disputar a sucessão do padrinho político. Petista de origem, mas de perfil mais conservado­r, o governador tem posições divergente­s do partido em áreas como a segurança pública, na qual ele defende, por exemplo, endurecime­nto de penas para crimes.

Ainda assim, seu governo ostenta altos índices de violência, com taxa de homicídios recorde. No episódio mais polêmico de sua gestão, defendeu policiais militares após uma chacina que matou 12 jovens em um bairro periférico de Salvador. Virou alvo da militância do PT e de movimentos de defesa dos direitos humanos, mas ganhou a confiança da classe média, onde avançou nas pesquisas.

Com cerca de 10 milhões de eleitores, a Bahia é o quarto maior colégio eleitoral do País. Com economia estruturad­a principalm­ente pela agricultur­a, no interior, e pelos serviços, na capital, o Estado tem como principais desafios os índices de segurança e da educação, área onde ostenta o pior Ideb do País.

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