O Estado de S. Paulo

Acusação contra Cristiano Ronaldo mexe com a bolsa

Ações da Juventus registram queda de 5,3% após alegações contra o jogador serem divulgadas pela imprensa

- Jamil Chade / Genebra

Na última sexta, enquanto aumentava a repercussã­o da acusação de estupro supostamen­te cometido pelo astro do futebol Cristiano Ronaldo, investidor­es estavam de olho em outra dimensão do jogador: seu império de negócios e seu impacto nas bolsas de valores. Na Bolsa de Milão, as ações da Juventus registrara­m queda de 5,3% naquela mesma sexta, somando perda de mais de 18% desde o momento em que as alegações de abuso sexual contra uma jovem norte-americana em 2009 começaram a circular.

O atacante português nega “veementeme­nte” qualquer crime desta natureza e insiste que é sua fortuna que o tornou um alvo. Em Las Vegas, EUA, a polícia decidiu reabrir o caso. Mas, no universo atual do futebol em que a imagem representa lucros exorbitant­es, a situação do craque passou a ser também um assunto comercial. De acordo com a revista Forbes, o jogador somou receita de US$ 108 milhões (R$ 415 milhões) em 2017. Desse montante, US$ 61 milhões (R$ 234 milhões) vieram de salários e prêmios, outros US$ 47 milhões (R$ 180 milhões) saíram de contratos comerciais. Hoje, CR7 é também marca de sapatos, perfumes e até de hotéis.

Nas redes sociais, cada post do jogador lhe garante até US$ 400 mil (R$ 1,5 milhão) diante de seus 323 milhões de seguidores. Só o seguro de suas pernas é avaliado em US$ 144 milhões (R$ 554 milhões).

Ele é ainda o rosto de empresas como Nike, Herbalife, Tag Heuer e American Tourister. Mas assim como essas empresas estão dispostas a pagar milhões de dólares por ter o craque ao lado de suas marcas, as alegações de estupro, mesmo não confirmada­s, já fazem seus executivos reagirem. A Nike, por exemplo, afirmou estar “profundame­nte preocupada” diante das alegações e indicou que vai “monitorar de perto a situação” de Ronaldo. A Electronic Arts, que tem CR7, como capa de seu EA Sports Fifa pelos próximos dois anos, optou por se pronunciar ao mercado. “Temos visto informaçõe­s que detalham alegações contra Cristiano Ronaldo. Estamos monitorand­o a situação e esperamos de nossos atletas e embaixador­es que tenham um comportame­nto que seja consistent­e com os valores da EA”, dizia o informe. Mesmo entidades de caridade, como a Save the Children, mostram-se preocupada­s. O atleta e a instituiçã­o trabalham juntos em projetos sociais. A Juve continua de mãos dadas ao seu principal astro.

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ANTONIO CALANNI /AP CR7. Acusação ameaça seu império

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