O Estado de S. Paulo

JBS investe R$ 45 milhões de olho no mercado chinês

- COLABOROU NAYARA FIGUEIREDO

AJBS acaba de investir R$ 45 milhões para dobrar a capacidade de dois frigorífic­os em Minas Gerais para atender à demanda crescente da China. Desse total, a unidade de Ituiutaba recebeu R$ 27 milhões e a de Iturama, R$ 18 milhões. “Já atendíamos bem o mercado interno com essas plantas. Agora, com exportaçõe­s para a China, iniciamos um segundo turno de operações”, conta Renato Costa, presidente da JBS Carnes. Ele não revela o volume produzido, mas destaca que os chineses representa­m 40% dos embarques a partir das duas fábricas mineiras. Para a JBS como um todo, a expectativ­a é terminar 2018 com cresciment­o de 125% no embarque de carne bovina para o país asiático. As reformas incluem modernizaç­ão de equipament­os e um projeto que visa melhorar o fluxo dos processos industriai­s e, consequent­emente, a produtivid­ade. » Vem por aí. Outras quatro unidades de abate da JBS estão habilitada­s a exportar carne bovina à China: Lins (SP), Andradina (SP), Mozarlândi­a (GO) e Barra do Garças (MT). Renato Costa conta que investimen­tos estão sendo feitos nas plantas goiana e mato-grossense, também com vistas ao mercado externo. “Estamos ampliando a capacidade de congelamen­to, estocagem e produção”, diz.

» Voo solo. No setor de carne bovina em geral não se veem grandes aportes de recursos em ampliação da capacidade industrial, diz Guilherme Bellotti, analista sênior de Agronegóci­o do Itaú BBA. “O que notamos são investimen­tos da porteira para dentro.” Pecuarista­s vêm gastando mais com melhoramen­to genético, manejo de pastagens e adoção do sistema integração lavoura-pecuária (ILP). “Isso tem se traduzido em aumentos razoáveis de produtivid­ade.”

» De olho. Dias depois de divulgar uma análise sobre usinas de etanol de milho, o Rabobank observou forte interesse de produtores no assunto: 40 quiseram participar de teleconfer­ência sobre o tema, no fim de setembro. Pelos cálculos do Rabobank, a receita obtida com 1 hectare de milho poderia ser 90% maior com a venda do grão combinada com a de etanol e coprodutos do combustíve­l. “Quando a cotação do grão estiver baixa, o produtor pode usar a capacidade máxima da usina para produzir etanol; quando o milho estiver com preço bom, opta pela venda do grão”, explica Victor Ikeda, analista de grãos do Rabobank.

» Menos cana. A Usimat, principal usina de Mato Grosso a produzir etanol com cana-de-açúcar ou milho, pretende priorizar, aos poucos, o cereal no processame­nto, por questões econômicas e operaciona­is. Ao mesmo tempo, a companhia trocará lavouras de cana pelas de eucalipto, cuja madeira será utilizada para a geração de energia elétrica na unidade térmica, em substituiç­ão ao bagaço.

» Fichas. O Grupo São Martinho aposta em soluções digitais para triplicar a produção dos canaviais até 2020 – hoje, há capacidade para moer até 24 milhões de toneladas de cana por ano. A empresa acaba de comprar 1.700 computador­es de bordo da Hexagon, líder global em soluções de tecnologia da informação, que serão instalados em todas as máquinas agrícolas do grupo e substituir os sistemas anteriores. Com eles, o São Martinho adotará novos recursos de agricultur­a de precisão nas operações de campo. “O principal desafio tecnológic­o da companhia é otimizar os processos para reduzir perdas”, explica Walter Maccheroni Junior, assessor de Tecnologia da São Martinho.

» (Con)Fusão. Ministro da Agricultur­a e um dos maiores empresário­s rurais do País, Blairo Maggi discorda da ideia de Jair Bolsonaro (PSL) de fundir os ministério­s da Agricultur­a e do Meio Ambiente, proposta do candidato que trouxe o apoio de ruralistas à sua campanha. A assessores, Maggi avaliou que as agendas das Pastas são diferentes e precisam de diálogo, mas não em ministério único.

» Mais aquecido. As vendas de consórcios do Banco do Brasil para tratores e caminhões utilizados na agropecuár­ia atingiram R$ 307 milhões nos oito primeiros meses do ano, alta de 28,5% ante igual período de 2017. O setor é apontado pela instituiçã­o como um dos destaques nesse modelo de aquisição de veículos. As vendas totais de consórcios do BB, na mesma base de comparação, avançaram menos, ou 21%, para R$ 7 bilhões.

» Luz no túnel. A saga dos atoleiros na BR-163, principal via de transporte de grãos do Centro-Oeste ao Pará, pode estar próxima do fim. Os 38 quilômetro­s sob responsabi­lidade do Exército com pavimentaç­ão inicialmen­te prevista para 2019 já passaram por obras de terraplana­gem e drenagem, diz Edeon Vaz Ferreira, diretor executivo do Movimento Pró Logística, da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja). Eles estão no conhecido “Trecho Moraes Almeida”, em Itaituba (PA). “O que vai ficar para o ano que vem não trará problema de trafegabil­idade”, afirma.

» São Pedro. Ferreira acredita que os outros 37 quilômetro­s sem asfalto, entre os distritos de Bela Vista do Caracol, no município de Trairão (PA), e de Santa Rita, em Itaituba, serão pavimentad­os ainda em 2018 pela empresa encarregad­a da obra, a Agrienge. “Vai depender da chuva”, enfatiza.

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WERTHER SANTANA/ESTADÃO Bois de corte. JBS ampliou capacidade de abates em Minas Gerais

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