O Estado de S. Paulo

Campanha anuncia que suspendeu visitas a Lula

- / R.G.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou um recado ao candidato do PT à Presidênci­a, Fernando Haddad, para que o ex-prefeito se dedique à campanha eleitoral e deixe de visitá-lo em Curitiba, onde cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. “Lula me disse, manda o Haddad fazer campanha, não precisa mais vir aqui”, disse Gleisi.

Haddad tem usado a condição de advogado integrante da defesa do ex-presidente, para visitá-lo todas as segundas-feiras. Lula está preso há seis meses.

No dia seguinte ao primeiro turno, o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, usou o fato para atacar a campanha petista. Nas redes sociais, o deputado disse que o Brasil não é “facção criminosa para ser comandado de dentro da cadeia”.

A direção do PT nega que a ordem de Lula seja uma reação à fala de Bolsonaro, mas integrante­s da coordenaçã­o da campanha admitem que as idas semanais a Curitiba têm causado desgaste ao candidato.

Defesa. Em entrevista à Rádio Guaíba, ontem, Haddad disse que “jamais vou deixar de defender que Lula foi condenado sem provas”. O candidato tem dito que é um “dever histórico” defender Lula de uma condenação que ele considera injusta.

“Agora é um novo enfrentame­nto, é o mano a mano. O povo já entendeu que Haddad é o candidato do Lula. Só que agora as pessoas querem saber mais da personalid­ade do próprio candidato”, disse o senador eleito Jaques Wagner (PT-BA), recém incorporad­o à coordenaçã­o da campanha.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, negou que a estratégia de realçar a figura de Haddad signifique um descolamen­to de Lula. “Não tem uma dicotomia entre Lula presente na campanha e reforçar a personalid­ade de Haddad. Quando a gente fala de Lula estamos nos referindo àquele programa de governo. Isso não tem nada a ver com não fortalecim­ento de Haddad”, afirmou Gleisi.

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