O Estado de S. Paulo

Montadoras otimistas com vendas de 2018

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A associação das montadoras (Anfavea) está otimista com as vendas de veículos neste ano e acaba de revisar suas projeções de aumento em relação a 2017 de 11,7% para 13,7%, ou 2,54 milhões de unidades. Parece surpreende­nte que as previsões tenham melhorado justamente num período ruim para a produção e as vendas, com forte recuo entre agosto e setembro. Mas há motivos para otimismo, a começar da base de comparação.

Com 23 dias úteis, agosto registrou o licenciame­nto de 248,6 mil unidades e foi o melhor mês para as vendas de veículos desde janeiro de 2015. Em setembro, com apenas 19 dias úteis, as vendas caíram para 213,3 mil unidades (-14,2% em relação ao mês anterior). A produção caiu mais expressiva­mente (23,5%), mas isso se explica, em parte, pela diminuição das exportaçõe­s para a Argentina, maior importador­a de veículos produzidos no Brasil e que vive uma forte crise.

Nas comparaçõe­s de prazo mais longo, os números são favoráveis. A produção dos primeiros nove meses de 2018 superou em 10,5% a de igual período de 2017, enquanto as vendas cresceram 14% no mesmo período de comparação. É o que mostra a Carta da Anfavea de outubro.

As expectativ­as favoráveis das montadoras se devem a fatores já presentes nos últimos meses, como a queda dos juros cobrados nos financiame­ntos à aquisição de veículos e as boas perspectiv­as para as safras agrícolas. O aumento da renda no interior estimula não só a compra de veículos de passeio, mas também de máquinas agrícolas. Entre os primeiros nove meses de 2017 e de 2018, as vendas internas no atacado de máquinas agrícolas e rodoviária­s aumentaram 7,7%.

Num aspecto as montadoras mostraram maior contenção em setembro: houve ligeira diminuição do nível de emprego, com corte de 67 vagas em relação a agosto. O corte veio das áreas de produção de autoveícul­os, pois houve pequena alta no segmento de máquinas agrícolas e rodoviária­s.

É possível que as demissões tenham decorrido da queda de exportaçõe­s. A projeção de vendas para o exterior no ano é de 700 mil unidades, após vendas de 766 mil em 2017.

O ritmo satisfatór­io de recuperaçã­o dependerá do mercado interno. As projeções parecem se basear na crença de que o mercado de veículos ganhará mais consistênc­ia após as eleições, com a definição de uma nova política econômica.

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