‘Vamos deixar nossa energia na mão da China?’
“De economista está cheio. A gente está sentindo falta de lideranças políticas.” Paulo Guedes, principal assessor da área econômica de Bolsonaro sobre a equipe de governo
O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, voltou a afirmar em entrevista à TV Bandeirantes, ontem à noite, que tem resistências com a privatização da Eletrobrás. Ele comentou que, se for eleito, no setor de energia elétrica, “a gente não vai mexer”.
Na mesma resposta, o candidato disse não ser contrário às privatizações na área, mas pontuou as reservas que têm.
“A gente vai vender para qualquer capital do mundo? Você vai deixar a nossa energia na mão da China? A gente pode conversar sobre distribuição, mas sobre geração não”, afirmou, em entrevista gravada na tarde de terça-feira, e exibida à noite no Jornal da Band.
Bolsonaro se comprometeu mais uma vez com a privatização das empresas que dão prejuízo. Mais cedo, em uma coletiva, ele disse que estatais que servem de cabide de emprego serão extintas ou privatizadas em seu eventual governo. Porém, ponderou que “não será inconsequente” nos cortes.
“Existem estatais estratégicas, como as do setor energético, Banco do Brasil e Caixa Econômica, que nós não pretendemos mexer nelas”, afirmou.
Especificamente sobre Petrobrás, ele disse que o “miolo da empresa tem de ser preservado”. Em relação ao preço de combustíveis, Bolsonaro comentou que “faltam dados para uma melhor análise” sobre o modelo a ser adotado.
Na entrevista, o candidato do PSL disse ainda que acertou com o economista Paulo Guedes, responsável pelo programa econômico, que, de imediato, está descartado o aumento de impostos. “Ele vai negociar, não vai ter canetaço”, afirmou.
O capitão se comprometeu ainda em reduzir a carga tributária para o setor produtivo, aos moldes da reforma feita nos Estados Unidos pelo presidente Donald Trump.
De acordo com Bolsonaro, Guedes está conversando com “várias pessoas” sobre economia, mas não adiantou o nome de ninguém. Ele também afirmou que o Banco Central será independente politicamente. /