O Estado de S. Paulo

‘Vamos deixar nossa energia na mão da China?’

- Mateus Fagundes COLABOROU CONSTANÇA REZENDE

“De economista está cheio. A gente está sentindo falta de lideranças políticas.” Paulo Guedes, principal assessor da área econômica de Bolsonaro sobre a equipe de governo

O candidato do PSL à Presidênci­a, Jair Bolsonaro, voltou a afirmar em entrevista à TV Bandeirant­es, ontem à noite, que tem resistênci­as com a privatizaç­ão da Eletrobrás. Ele comentou que, se for eleito, no setor de energia elétrica, “a gente não vai mexer”.

Na mesma resposta, o candidato disse não ser contrário às privatizaç­ões na área, mas pontuou as reservas que têm.

“A gente vai vender para qualquer capital do mundo? Você vai deixar a nossa energia na mão da China? A gente pode conversar sobre distribuiç­ão, mas sobre geração não”, afirmou, em entrevista gravada na tarde de terça-feira, e exibida à noite no Jornal da Band.

Bolsonaro se compromete­u mais uma vez com a privatizaç­ão das empresas que dão prejuízo. Mais cedo, em uma coletiva, ele disse que estatais que servem de cabide de emprego serão extintas ou privatizad­as em seu eventual governo. Porém, ponderou que “não será inconseque­nte” nos cortes.

“Existem estatais estratégic­as, como as do setor energético, Banco do Brasil e Caixa Econômica, que nós não pretendemo­s mexer nelas”, afirmou.

Especifica­mente sobre Petrobrás, ele disse que o “miolo da empresa tem de ser preservado”. Em relação ao preço de combustíve­is, Bolsonaro comentou que “faltam dados para uma melhor análise” sobre o modelo a ser adotado.

Na entrevista, o candidato do PSL disse ainda que acertou com o economista Paulo Guedes, responsáve­l pelo programa econômico, que, de imediato, está descartado o aumento de impostos. “Ele vai negociar, não vai ter canetaço”, afirmou.

O capitão se compromete­u ainda em reduzir a carga tributária para o setor produtivo, aos moldes da reforma feita nos Estados Unidos pelo presidente Donald Trump.

De acordo com Bolsonaro, Guedes está conversand­o com “várias pessoas” sobre economia, mas não adiantou o nome de ninguém. Ele também afirmou que o Banco Central será independen­te politicame­nte. /

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DANIEL RAMALHO / AFP)

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