O Estado de S. Paulo

Google lança Pixel 3 e aposta em inteligênc­ia artificial.

Vendido por US$ 799 nos EUA, smartphone Pixel 3 busca prever desejos do usuário

- Bruno Capelas

Ontem, ao lançar uma nova linha de produtos, o Google reforçou sua aposta na inteligênc­ia artificial. Em evento realizado em sua sede em Nova York, a empresa apresentou a terceira geração do smartphone Pixel, bem como uma caixa de som conectada com tela, o Home Hub, e um misto de tablet com laptop, o Pixel Slate (leia mais ao lado).

Em comum, os três aparelhos carregam funções que tentam prever os desejos do usuário – seja indicar antecipada­mente os aplicativo­s favoritos, filtrar ligações de telemarket­ing ou conseguir a foto perfeita em uma viagem ou evento esportivo. “Nossos avanços virão da integração entre hardware, software e inteligênc­ia artificial”, disse o vice-presidente de dispositiv­os do Google, Rick Osterloh.

O principal deles, o celular Pixel 3, chegará às lojas dos EUA em 18 de outubro, por preços a partir de US$ 799 – ainda não há previsão para a chegada ao Brasil. Em termos de especifica­ções, o aparelho é bastante semelhante a rivais como o Galaxy S9, da Samsung. “Do ponto de vista do hardware, o Google não inovou”, afirma Eduardo Pellanda, professor da PUC-RS.

A diferença está no “cérebro” do aparelho, que traz funções como o Duplex, que permite que o assistente pessoal da empresa, o Google Assistant, converse com pessoas para, por exemplo, fazer uma reserva num restaurant­e. Outra função vai permitir que o Assistant atenda às chamadas para o usuário, filtrando e evitando ligações indesejada­s. “É uma secretária eletrônica 2.0”, brinca Pellanda.

A câmera do Pixel 3 também traz a inteligênc­ia artificial como principal ativo. Ao contrário do que fizeram Apple e Samsung, que aumentaram a quantidade de lentes no aparelho, o Google trouxe ferramenta­s de processame­nto de imagem para, por exemplo, registrar o “instante decisivo” de uma foto ou melhorar a luz de uma imagem feita à noite. Competição. Para especialis­tas ouvidos pelo Estado, o aparelho tem caracterís­ticas interessan­tes, mas serve mais como prova de conceito do que como ameaça às rivais. “Desde sua origem, os celulares do Google são uma baliza do potencial do Android no mercado”, diz Renato Franzin, professor da USP.

Na visão dele, o aparelho pode servir como inspiração para outras fabricante­s que usam Android, como as coreanas Samsung e LG. Pellanda, da PUC-RS, vai na mesma linha, mas acrescenta que o Google tem dificuldad­es para produzir os aparelhos em escala global.

 ?? RICHARD DREW/AP ?? Design. Aparelho do Google segue tendência do mercado e traz tela ‘quase sem bordas’
RICHARD DREW/AP Design. Aparelho do Google segue tendência do mercado e traz tela ‘quase sem bordas’
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil