O Mustang ‘popular’
Versão de entrada do Ford tem motor 2.3 de 310 cv e oferece boa dose de emoção ao volante
Écomum ouvir nas rodinhas de conversas sobre carros: “Nos EUA, o Mustang é um carro ‘popular’”. Isso é exagero, mas em sua terra natal o cupê da Ford parte de US$ 26.120, apenas US$ 3.280 a mais que um sedã Fusion, cuja tabela começa US$ 22.840.
No Brasil, o Mustang sai por R$ 300 mil e o Fusion parte de R$ 120.600. Mas o muscle car de US$ 26 mil oferecido aos norte-americanos é bem mais simples que o vendido aqui.
Além do acabamento inferior ao da versão GT com motor V8 de 500 cv, única disponível no País, o Mustang de entrada tem um quatro-cilindros de 2,3 litros e 310 cv. Avaliamos essa opção, com carroceria conversível e teto de lona, entre Las Vegas e Grand Canyon West, nos EUA.
O painel tinha quadro convencional (virtual no GT vendido aqui) com tela de TFT no centro. Os bancos eram revestidos de couro e as peças, bem encaixadas. Na cabine havia plástico de boa qualidade, mas sem detalhes luxuosos.
A central multimídia tinha tela de 8 polegadas, mas não trazia navegador GPS. O sistema podia espelhar celulares com Android Auto.
Mas as principais diferenças entre o “nosso” GT e a versão de entrada são as respostas ao acelerador. Afinal, há um “abismo” de 190 cv entre elas.
Ainda assim, o 2.3 mostra vigor para mover o Mustang. As acelerações e retomadas de velocidade são muito boas, embora sem provocar o frio na barriga garantido pelo ronco do V8.
Ao pisar firme no pedal da direita, as costas grudam no banco, que, aliás, tem excelentes apoios laterais. Contribuem com o bom desempenho o torque parrudo, de 44 mkgf disponíveis às 3 mil rpm, e o câmbio automático de nove marchas que permite trocas rápidas.
O Mustang de entrada também tem direção direta, suspensão firme e baixo centro de gravidade. Por isso, fica grudado ao chão nas curvas. A tração, como na versão GT, é traseira.