O Estado de S. Paulo

Com fila na porta Restaurant­es informais, de amigos, fazem sucesso.

Grupos mostram que é possível ter negócios informais, em consonânci­a com os novos tempos, numa sociedade só entre amigos, e com fila na porta dia e noite

- Ana Paula Boni

Eles são jovens, não se chamam jamais de restaurate­urs nem contratam chef badalado. Focam o negócio em ambientes despojados com serviço informal, atraem público igualmente jovem. Os sócios são amigos de longa data que tiraram dinheiro do bolso e dizem que não se abrem para investidor­es. E o resultado tem sido filas e filas nas portas desde a abertura das casas.

Esse é o perfil de um tipo de restaurate­ur que ganhou destaque nos últimos tempos com o sucesso de seus negócios, que parecem ter nascido para acolher os próprios amigos. São lugares como Botanikafé, Mr. Poke, Pitico, Mica, Holy Burger e Fôrno, de três grupos de amigos fiéis que não param de pensar em novos negócios.

Essa moçada é bem diferente de restaurate­urs peso-pesados que ganharam notoriedad­e há décadas na cidade, em geral sendo a fachada solitária de várias casas (e com muito dinheiro por trás, de sócio-investidor ou não). E seu mérito (além de saber lotar restaurant­es) é mostrar que outro tipo de empreended­orismo é possível, em consonânci­a com os tempos de informalid­ade e autosservi­ço.

Modelo de sucesso, a Cia. Tradiciona­l de Comércio, que nasceu em 1995 e abriu casas como Original, Astor e Bráz, é pioneira quando o assunto é sociedade entre amigos. Há quase cinco anos, os seis amigos venderam parte do grupo para investidor­es e continuara­m abrindo casas – são mais de 30 endereços.

Demoraram quase 20 anos para receber dinheiro de investidor, deixando de fora opiniões alheias. Foi também com essa ideia que os sócios do Holy Burger já negaram dinheiro – R$ 3 milhões – que naturalmen­te viria com interferên­cia nas decisões. Confira ao lado a história dos grupos e o que vem por aí.

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