Com fila na porta Restaurantes informais, de amigos, fazem sucesso.
Grupos mostram que é possível ter negócios informais, em consonância com os novos tempos, numa sociedade só entre amigos, e com fila na porta dia e noite
Eles são jovens, não se chamam jamais de restaurateurs nem contratam chef badalado. Focam o negócio em ambientes despojados com serviço informal, atraem público igualmente jovem. Os sócios são amigos de longa data que tiraram dinheiro do bolso e dizem que não se abrem para investidores. E o resultado tem sido filas e filas nas portas desde a abertura das casas.
Esse é o perfil de um tipo de restaurateur que ganhou destaque nos últimos tempos com o sucesso de seus negócios, que parecem ter nascido para acolher os próprios amigos. São lugares como Botanikafé, Mr. Poke, Pitico, Mica, Holy Burger e Fôrno, de três grupos de amigos fiéis que não param de pensar em novos negócios.
Essa moçada é bem diferente de restaurateurs peso-pesados que ganharam notoriedade há décadas na cidade, em geral sendo a fachada solitária de várias casas (e com muito dinheiro por trás, de sócio-investidor ou não). E seu mérito (além de saber lotar restaurantes) é mostrar que outro tipo de empreendedorismo é possível, em consonância com os tempos de informalidade e autosserviço.
Modelo de sucesso, a Cia. Tradicional de Comércio, que nasceu em 1995 e abriu casas como Original, Astor e Bráz, é pioneira quando o assunto é sociedade entre amigos. Há quase cinco anos, os seis amigos venderam parte do grupo para investidores e continuaram abrindo casas – são mais de 30 endereços.
Demoraram quase 20 anos para receber dinheiro de investidor, deixando de fora opiniões alheias. Foi também com essa ideia que os sócios do Holy Burger já negaram dinheiro – R$ 3 milhões – que naturalmente viria com interferência nas decisões. Confira ao lado a história dos grupos e o que vem por aí.