O Estado de S. Paulo

Bolsonaro anuncia três ministros; Haddad busca nomes

Candidato do PSL definiu Defesa, Fazenda e Casa Civil; petista sonda Barbosa e Alencar

- Constança Rezende Fernanda Nunes Vinicius Neder / RIO

O presidenci­ável Jair Bolsonaro (PSL) anunciou os nomes de três integrante­s de seu ministério, caso seja eleito: Paulo Guedes (Fazenda e Planejamen­to), Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e o general Augusto Heleno (Defesa). “Num primeiro momento, tive que convencê-lo, mas ele, como bom militar, aceitou de pronto”, disse Bolsonaro sobre Heleno. Bolsonaro afirmou que ainda não definiu nomes para os outros ministério­s.

“Temos de esperar com prudência o dia 28, onde podemos ter a certeza de anunciar nomes”, disse, se referindo à data da votação em segundo turno. À colunista Eliane Cantanhêde, o general Heleno disse que “missão dada é missão cumprida. E cumprir a missão é ajudar o Brasil neste momento difícil”. O candidato do PT, Fernando Haddad, se reuniu com o ex-presidente do STF Joaquim Barbosa, cotado para Justiça. Outro nome sondado é o do empresário Josué Gomes da Silva.

O presidenci­ável Jair Bolsonaro (PSL) anunciou ontem três futuros ministros caso seja eleito. Durante um encontro do partido em um hotel na Barra da Tijuca, no Rio, ele indicou o economista Paulo Guedes como seu ministro da Fazenda e do Planejamen­to; o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEMRS), seu principal articulado­r no Congresso, para a Casa Civil; e o general Augusto Heleno na Defesa.

“Num primeiro momento, tive que convencê-lo, mas ele, como bom militar, aceitou de pronto”, disse o candidato sobre Heleno. Bolsonaro afirmou que ainda não se definiu sobre nomes para os outros ministério­s. “Temos de esperar com prudência o dia 28 de outubro, onde podemos ter a certeza de anunciar nomes”, disse, se referindo à data votação em segundo turno – que disputa com o candidato do PT, Fernando Hadad.

Segundo produtores do evento, a convenção juntou cerca de 150 parlamenta­res eleitos do PSL e apoiadores. A reunião no Hotel Windsor Barra, na zona oeste da capital fluminense, durou cerca de 20 minutos e foi fechada à imprensa. Depois, Bolsonaro foi para outro salão onde respondeu durante 25 minutos a perguntas de repórteres. A sala onde aconteceu a coletiva foi tomada por apoiadores, que reagiam com aplausos a cada resposta dada por Bolsonaro e hostilizav­am jornalista­s (mais informaçõe­s na pág. A6).

Uma das sete perguntas a que Bolsonaro respondeu foi se ele daria apoio do partido em disputas de segundo turno para governos estaduais. Ele disse que seu partido vai manter a neutralida­de, com exceção daqueles em que o PSL está no páreo.

“Essa é a missão mais importante. Nas disputas estaduais onde tem candidato nosso, vamos nos empenhar. Nos demais Estados, vamos partir para a neutralida­de. Afinal de contas, meu objetivo é 17, o nosso número para que possamos mais do que repetir a última votação e garantir a nossa eleição”, afirmou à plateia.

Vice.

Autor de declaraçõe­s polêmicas, candidato a vice-presidente de Bolsonaro, general Hamilton Mourão, não compareceu ao evento. Ao Estado, Mourão, do PRTB, disse que não foi ao evento porque tinha uma reunião “com companheir­os” de sua turma da Academia Militar das Agulhas Negras, que aconteceu também no Rio.

Na coletiva de imprensa, Bolsonaro voltou a defender o candidato a vice em sua chapa, dizendo que sua fala sobre o 13.º salário (ele classifico­u o direito trabalhist­a como uma jabuticaba, ou seja, algo que só existe no Brasil) foi mal compreendi­da e que, em vez disso, seu vice propõe o pagamento do benefício no programa social Bolsa Família. A ideia, segundo Bolsonaro, já teria sido aprovada também pelo assessor econômico Paulo Guedes.

O anunciado ministro da Fazenda e do Planejamen­to foi outra ausência notada no evento. Um dos representa­ntes da campanha, o deputado federal e senador eleito Major Olímpio (PSLSP) disse que o economista não foi porque o evento era apenas para parlamenta­res eleitos.

O deputado federal Onyx Lorenzoni defendeu Paulo Guedes, em quem disse que Bolsonaro confia “absolutame­nte”, mas não “cegamente”.

“O (candidato a) presidente (Jair Bolsonaro) é inflexível nesses assuntos. O presidente confia absolutame­nte, não cegamente, porque ele não é cego, no professor Paulo Guedes. Paulo Guedes é um homem que tem uma história no Brasil de êxito com decência. Desconfio de que só agora, à beira da eleição, aparece essa história. Por que não apareceu antes? É a grande pergunta”, afirmou Lorenzoni, após a reunião de Bolsonaro com a bancada do PSL e parlamenta­res eleitos por outros partidos que o apoiam.

O Ministério Público Federal do Distrito Federal abriu um procedimen­to para investigar operações envolvendo dinheiro público de fundos de pensão de estatais e fundos de investimen­to operados por Guedes.

Em relação ao apoio parlamenta­r para aprovar propostas do eventual governo Bolsonaro, Lorenzoni disse que, a partir de 29 de outubro, “se o povo brasileiro decidir”, a equipe do candidato do PSL começará a trabalhar para colocar em prática os “conceitos” do programa de governo.

Debates.

O candidato do PSL indicou que poderá não participar de debates com Haddad, seu oponente no segundo turno. Bolsonaro, que, por ordem médica, terá de ficar fora dos confrontos até o dia 18, admitiu que considera a possibilid­ade de, mesmo liberado, não debater com o petista. “Existe a possibilid­ade sim (de não ir a nenhum debate), estratégic­a.”

O presidenci­ável do PSL está afastado da campanha de rua desde 6 de setembro, quando foi esfaqueado durante uma agenda eleitoral na cidade mineira de Juiz de Fora.

 ?? BRUNO ROCHA/FOTOARENA-27/9/2018 ?? Defesa. General Augusto Heleno quer proteção a policiais
BRUNO ROCHA/FOTOARENA-27/9/2018 Defesa. General Augusto Heleno quer proteção a policiais
 ?? WILTON JUNIOR / ESTADÃO-9/10/2018 ?? Fazenda. Economista Paulo Guedes defende privatizaç­ões
WILTON JUNIOR / ESTADÃO-9/10/2018 Fazenda. Economista Paulo Guedes defende privatizaç­ões
 ?? ALEX SILVA / ESTADAO-7/9/2018 ?? Casa Civil. Onyx Lorenzoni critica ‘doutrinaçã­o em escolas’
ALEX SILVA / ESTADAO-7/9/2018 Casa Civil. Onyx Lorenzoni critica ‘doutrinaçã­o em escolas’

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil