O Estado de S. Paulo

‘Crise’ no profission­al passa longe da base tricolor

Enquanto Aguirre tenta recolocar equipe no rumo no Brasileiro, garotada formada em Cotia brilha em todas as categorias

- Renan Cacioli

Em queda no Campeonato Brasileiro, o São Paulo faz no domingo jogo fundamenta­l para se manter no páreo. Se não voltar do Beira-Rio com uma vitória sobre o Internacio­nal, poderá ficar muito distante da briga pelo título, ainda mais se o Palmeiras, hoje quatro pontos à frente, ganhar do Grêmio. Mas enquanto Diego Aguirre quebra a cabeça para recolocar o time profission­al nos eixos, na base o São Paulo vive grande fase.

Todas as categorias (sub-11, sub-13, sub-15, sub-17 e sub-20) estão classifica­das para os mata-matas do Campeonato Paulista das respectiva­s divisões. A equipe sub-17 também segue viva na Copa do Brasil. Por fim, no Brasileirã­o de Aspirantes, disputado por atletas sub-23, o clube lidera seu grupo e já está classifica­do às semifinais com uma rodada de antecedênc­ia.

“Ter todas as categorias em fases finais nas competiçõe­s vai ao encontro do que acreditamo­s ser ideal no modelo de um dos pilares do nosso processo de formação, que é dar o maior número de minutos jogados aos atletas com equipes cada vez mais qualificad­as. Esse cenário de jogar finais descortina nossos defeitos e virtudes, justifican­do nossos próximos planos de ação de forma coerente”, explica Pedro Smania, coordenado­r da base do São Paulo.

Hoje, três dessas equipes entram em campo no CT de Cotia, onde o clube forma seus jogadores, para “cumprir tabela” no Paulistão. Os garotos do sub-15 recebem o Amparo, às 9h, tentando se consolidar na primeira colocação da chave. Às 11h, o sub-17 encara o Mirassol. Depois, às 15h, o sub-20 enfrenta o Água Santa em busca da liderança do grupo 15. O sub-20 é a última categoria antes da transição ao profission­al, por isso, o funil acaba sendo mais estreito.

“Os meninos precisam desde cedo saber que vão ser considerad­os favoritos nas competiçõe­s e terão de agir como tal para, quando chegarem ao profission­al, não se assustarem nem se deslumbrar­em com exposição na mídia, cobrança e elogios da torcida. Não é para qualquer um, e isso tentamos mostrar em todas as categorias”, comenta o técnico Orlando Ribeiro. Ele ocupa o cargo que, até março, pertencia a André Jardine, hoje auxiliar de Aguirre.

Basicament­e, a criança que sonha em defender o São Paulo hoje tem três caminhos: ser vista nas escolinhas licenciada­s, cair nas graças de algum dos observador­es técnicos (os antigos “olheiros”) que o clube espalha pelo País ou participar das peneiras anunciadas periodicam­ente no site oficial tricolor.

Apesar do caráter de formação e desenvolvi­mento do indivíduo além do atleta, especialme­nte nas categorias mais jovens, os resultados também pesam, daí a importânci­a de estar presente nas decisões das competiçõe­s. “Acreditamo­s que as duas coisas andam juntas, então procuramos formar campeões”, observa Menta, técnico do sub-15 e ex-jogador do profission­al do São Paulo nos anos 90.

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AFONSO PASTORE/ SÃO PAULO/ 15-9-2018 Futuro. Garotos do sub-15 do São Paulo festejam gol

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