O Estado de S. Paulo

São Paulo puxou a indústria para baixo

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Responsáve­l por um terço da produção industrial brasileira, o Estado de São Paulo registrou queda de 0,9% da produção entre julho e agosto, provocando recuo de 0,3% da indústria brasileira no período. O mau resultado foi influencia­do pelo setor de derivados de petróleo e biocombust­íveis, afetado pela interrupçã­o das atividades da Refinaria de Paulínia (Replan), que responde por cerca de 20% do refino brasileiro e foi atingida por um incêndio.

São Paulo teve a “maior influência negativa sobre o total nacional”, notou o analista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE) Bernardo Almeida. Foi o segundo mês consecutiv­o de queda da produção paulista, que havia recuado 1,2% entre junho e julho.

Não fossem os resultados de São Paulo, o desempenho da indústria nacional teria sido melhor. Dos 15 locais analisados pela Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional, do IBGE, 9 apresentar­am dados positivos e 6 registrara­m quedas.

Outras regiões com indústria forte também apresentar­am perdas, como Rio de Janeiro (-0,3%) e Santa Catarina (-0,7%). Os avanços da indústria de Minas Gerais (+0,5%) e do Paraná (+0,7%) apenas atenuaram as quedas.

Segundo o IBGE, passou o efeito negativo da greve dos transporta­dores, mas a paralisaçã­o afetou as expectativ­as. As decisões sobre investimen­to e aumento da produção se tornaram “mais cautelosas”. A definição da política econômica do novo governo, no final deste mês, deverá permitir uma redução das incertezas.

Na comparação entre os primeiros oito meses de 2017 e de 2018, destacou-se o cresciment­o da indústria nos Estados do Amazonas, Pará, Pernambuco, Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Todos avançaram acima da média nacional, de 2,5% no período.

Os resultados mais positivos vieram da produção de bens de capital, mas também de bens intermediá­rios e bens de consumo durável.

Trata-se de uma recuperaçã­o lenta da atividade industrial, que dependerá do Sudeste para se consolidar. Essa hipótese será mais viável com a retomada da indústria paulista, mas esta também mostra pouco dinamismo em ramos como alimentos, vestuário, produtos de limpeza e bebidas, que refletem o consumo de massa.

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