O Estado de S. Paulo

Bolsonaro não vai a encontro com Dória

Candidato tucano ao governo de São Paulo viajou ao Rio para reunião que não aconteceu

- Fernanda Nunes / RIO

O presidenci­ável do PSL, Jair Bolsonaro, recusou ontem uma reunião com o candidato do PSDB ao governo paulista, João Doria, apesar da insistênci­a do tucano – cuja assessoria

divulgou o encontro, negado por assessores de Bolsonaro.

Doria chegou a viajar à tarde para o Rio, mas esbarrou na resistênci­a do capitão. O presidenci­ável é crítico ao PSDB e, pragmático, decidiu ficar neutro nos Estados onde o PSL não passou para o segundo turno na disputa pelos governos estaduais, como São Paulo.

Por meio de sua assessoria, Doria, confirmou, de manhã, que se encontrari­a com Bolsonaro às 17h30. O presidente do PSL, Gustavo Bebianno, porém, disse desconhece­r a informação, agradeceu publicamen­te a aliança proposta pelo ex-prefeito de São Paulo e declarou que Bolsonaro não apoiaria o tucano.

“Da nossa parte, não foi agendado absolutame­nte nada com o Jair”, afirmou Bebianno, em frente à casa do empresário Paulo Marinho, na zona sul do Rio, onde, do lado de dentro, Doria o aguardava, já no fim do dia. “Não haverá esse encontro”, disse. “Existe uma conversa institucio­nal, no sentido de o PSL agradecer o apoio que gentilment­e está sendo oferecido pelo candidato João Doria em São Paulo à candidatur­a de Jair Bolsonaro.”

Bebianno negou que, por causa de Doria, tenha havido alguma resistênci­a de Bolsonaro em ir à casa de Marinho, onde gravaria o programa eleitoral. Durante todo dia, a equipe da produtora de vídeo esperou o candidato do PSL, mas ele não apareceu. Segundo Bebianno, o presidenci­ável estava “indisposto” e ficou em casa. “Não há resistênci­a em apoio ao Doria. Existe uma posição estratégic­a de não se envolver em questões estaduais”, disse.

Já Doria afirmou que “não havia expectativ­a de reciprocid­ade de apoio a Bolsonaro”. Ele repetiu que o encontro só não aconteceu por causa de uma suposta indisposiç­ão de Bolsonaro. “Quero deixar claro que a intenção da vinda aqui não era nem pedir apoio, nem gravar vídeo, nem receber nenhuma contrapart­ida. Apenas manifestar nosso apoio”, disse Doria. Ele alegou ainda que não foi à casa de Bolsonaro porque foi informado da suposta indisposiç­ão.

Apesar de o encontro não ter acontecido, membros do PSL se mostraram favoráveis à aliança. “Gosto do Doria”, disse o economista Paulo Guedes, na casa de Marinho. Ao ser questionad­o sobre os benefícios de um possível apoio do PSDB na campanha de Bolsonaro, no entanto, respondeu: “Que PSDB?”.

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FABIO MOTTA/ESTADAO Rio. Doria chega à casa do empresário Paulo Marinho

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