Bolsonaro não vai a encontro com Dória
Candidato tucano ao governo de São Paulo viajou ao Rio para reunião que não aconteceu
O presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, recusou ontem uma reunião com o candidato do PSDB ao governo paulista, João Doria, apesar da insistência do tucano – cuja assessoria
divulgou o encontro, negado por assessores de Bolsonaro.
Doria chegou a viajar à tarde para o Rio, mas esbarrou na resistência do capitão. O presidenciável é crítico ao PSDB e, pragmático, decidiu ficar neutro nos Estados onde o PSL não passou para o segundo turno na disputa pelos governos estaduais, como São Paulo.
Por meio de sua assessoria, Doria, confirmou, de manhã, que se encontraria com Bolsonaro às 17h30. O presidente do PSL, Gustavo Bebianno, porém, disse desconhecer a informação, agradeceu publicamente a aliança proposta pelo ex-prefeito de São Paulo e declarou que Bolsonaro não apoiaria o tucano.
“Da nossa parte, não foi agendado absolutamente nada com o Jair”, afirmou Bebianno, em frente à casa do empresário Paulo Marinho, na zona sul do Rio, onde, do lado de dentro, Doria o aguardava, já no fim do dia. “Não haverá esse encontro”, disse. “Existe uma conversa institucional, no sentido de o PSL agradecer o apoio que gentilmente está sendo oferecido pelo candidato João Doria em São Paulo à candidatura de Jair Bolsonaro.”
Bebianno negou que, por causa de Doria, tenha havido alguma resistência de Bolsonaro em ir à casa de Marinho, onde gravaria o programa eleitoral. Durante todo dia, a equipe da produtora de vídeo esperou o candidato do PSL, mas ele não apareceu. Segundo Bebianno, o presidenciável estava “indisposto” e ficou em casa. “Não há resistência em apoio ao Doria. Existe uma posição estratégica de não se envolver em questões estaduais”, disse.
Já Doria afirmou que “não havia expectativa de reciprocidade de apoio a Bolsonaro”. Ele repetiu que o encontro só não aconteceu por causa de uma suposta indisposição de Bolsonaro. “Quero deixar claro que a intenção da vinda aqui não era nem pedir apoio, nem gravar vídeo, nem receber nenhuma contrapartida. Apenas manifestar nosso apoio”, disse Doria. Ele alegou ainda que não foi à casa de Bolsonaro porque foi informado da suposta indisposição.
Apesar de o encontro não ter acontecido, membros do PSL se mostraram favoráveis à aliança. “Gosto do Doria”, disse o economista Paulo Guedes, na casa de Marinho. Ao ser questionado sobre os benefícios de um possível apoio do PSDB na campanha de Bolsonaro, no entanto, respondeu: “Que PSDB?”.