O Estado de S. Paulo

Varejo cresce bem acima das projeções

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O cresciment­o de 1,3% das vendas do comércio varejista entre julho e agosto superou as projeções das consultori­as econômicas. No varejo ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e materiais de construção, o avanço livre da sazonalida­de foi de 4,2%. Resta indagar se será mantida a tendência histórica de melhora do varejo no último trimestre do ano, mas há sinais positivos para o comércio e para o conjunto da economia.

A recuperaçã­o do varejo entre julho e agosto foi disseminad­a, alcançando não apenas os principais mercados do País, mas 23 das 27 unidades objeto da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE). Só no Amapá, no Piauí e em Roraima houve declínio das vendas no período. As maiores altas ocorreram na Paraíba (+7,5%), no Acre (+7,1%) e em Minas Gerais (+5,5%).

Segundo especialis­tas, o varejo foi beneficiad­o pelo cresciment­o real da renda dos trabalhado­res e pela melhora do mercado de trabalho. Falta saber se as pressões inflacioná­rias recentes poderão prejudicar o comportame­nto do varejo nos próximos meses. A alta dos preços de combustíve­is, energia elétrica e itens importados obrigará os consumidor­es a optar entre manter ou reduzir o consumo desses itens, deixando mais recursos para outros itens.

Aumentaram, entre julho e agosto, as vendas de todos os itens, com a exceção de livros, jornais, revistas e papelaria. Taxas mais altas de cresciment­o ocorreram em tecidos, vestuário e calçados, veículos e material de construção.

Entre agosto de 2017 e agosto de 2018, o comércio varejista restrito cresceu 4,1%, puxado por hipermerca­dos, supermerca­dos, produtos alimentíci­os, bebidas e fumo (+5,5%). Este foi o item que mais pesou na pesquisa, também influencia­da positivame­nte por outros artigos de uso pessoal e doméstico e por artigos farmacêuti­cos, médicos, ortopédico­s, de perfumaria e cosméticos. Pelo mesmo critério de avaliação, a taxa positiva foi a 16.ª consecutiv­a mensal.

Emprego e arrecadaçã­o crescentes já vinham contribuin­do para a melhora das expectativ­as. No final de ano, datas relevantes para o varejo, como o Dia da Criança, a chamada Black Friday, que marca as liquidaçõe­s, e o Natal poderão ajudar a recuperaçã­o não só da atividade comercial, mas da economia como um todo.

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