O Estado de S. Paulo

Bolsonaro deseja ‘boa sorte’ a Doria e admite ir a debates

Candidato do PSL faz aceno ao tucano após se recusar a encontrá-lo; ele responde a cobrança de Haddad por discussão

- Roberta Pennafort Vinicius Neder / RIO

No dia seguinte à reunião frustrada com o candidato do PSDB ao governo paulista, João Doria, o candidato do PSL à Presidênci­a, Jair Bolsonaro, reafirmou ontem que seguirá neutro nas disputas eleitorais em segundo turno para os governos estaduais, nos Estados em que não há postulante­s de seu partido, mas disse que encontrari­a com o tucano “sem problemas”. Ele desejou “boa sorte” a Doria e afirmou que a oposição ao PT é algo que une os dois candidatos.

Anteontem, o presidenci­ável evitou uma reunião com Doria. De manhã, a assessoria de Doria informou à imprensa que o candidato ao governo paulista se encontrari­a com Bolsonaro às 17h30. Doria chegou a viajar à tarde para o Rio, mas não encontrou Bolsonaro.

‘Discretame­nte’. Ontem, Bolsonaro comentou a saia-justa ao chegar, pela manhã, na casa do empresário Paulo Marinho, onde tem gravado imagens para a campanha eleitoral na TV. “Estamos neutros, exceto em Estados onde temos candidatos. No tocante ao Doria, quero agradecer ao apoio dele. Não havia combinado (um encontro anteontem), não sei quem foi que combinou isso aqui. Encontro com ele, bato papo com ele sem problema nenhum”, afirmou Bolsonaro.

O presidenci­ável disse que a oposição ao PT o une a Doria. “Sei que ele é oposição ao PT, somos oposição ao PT. E sei que, no outro lado, o França, tem apoio velado do PT. Então, no momento, desejo boa sorte ao Doria.”

Mais tarde, Bolsonaro disse que sua campanha poderá se aproximar “discretame­nte” do tucano. “Estados como São Paulo, onde o outro lado é apoiado pelo PT, vamos discretame­nte nos aproximar do Doria, com toda a certeza”, disse.

‘Eu e ele’. Nos intervalos das gravações dos programas de TV, o presidenci­ável disse que concordari­a em ir a debates com o candidato do PT, Fernando Haddad, “sem interferên­cia externa”, se referindo à suposta influência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha petista. Lula foi condenado em segunda instância na Operação Lava Jato e cumpre prisão em Curitiba. “Se for debate só eu e ele (Haddad), sem interferên­cia externa (de Lula ), eu topo comparecer. Estou pronto para debater”, disse.

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FABIO MOTTA / ESTADÃO TV. Bolsonaro grava no Rio para programa eleitoral

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