O Estado de S. Paulo

Com promessa de proteção, sírios foram os mais afetados

Ordem executiva de Trump barrou indefinida­mente cidadãos da Síria, país que vive em guerra desde 2011

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A Síria, em guerra desde 2011, era o responsáve­l pelo envio da maioria dos refugiados para os EUA. Desde que o presidente Donald Trump assinou ordem executiva banindo indefinida­mente os refugiados sírios, em janeiro de 2017, o número de cristãos daquele país caiu 80% em 2017 em comparação ao último ano do governo Barack Obama, como explica o diretor de Mobilizaçã­o de Igrejas da ONG World Relief, Matthew Soerens.

No mesmo dia em que assinou a ordem, o presidente deu uma entrevista criticando o governo anterior por ter tornado mais difícil para os cristãos sírios entrar nos EUA. “Muitos concluíram que ele tornaria mais fácil para esses refugiados entrar nos EUA, mas infelizmen­te não houve nada disso”, lembra Soerens.

A própria rede de acolhiment­o de refugiados nos EUA está sofrendo a consequênc­ia da redução do número de refugiados. A World Relief fechou 5 de seus 25 centros nos EUA e demitiu cerca de 140 funcionári­os.

A redução no número de refugiados na maior potência mundial ocorre em meio a uma das mais graves crises globais dos últimos tempos, com 25 milhões de refugiados em 2017. “Deveríamos estar fazendo todo o possível para encorajar outros países a proteger as pessoas e não mandá-las de volta para situações de perigo”, diz Soerens.

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