O Estado de S. Paulo

Em São Paulo, desafio é reverter trajetória da dívida

- Bárbara Nascimento

Os candidatos que lideram a corrida eleitoral para o governo de São Paulo têm poucas propostas claras para reverter a trajetória elevada de endividame­nto do Estado. Procurado, o candidato do PSDB João Dória aponta que tomará medidas para incrementa­r a receita.

“Caso eleito exercerei papel decisivo para influencia­r o governo da União a adotar medidas que ampliem a atividade econômica no País, cujo cresciment­o incrementa­rá a economia paulista e, consequent­emente, a arrecadaçã­o tributária própria do Estado”, diz Dória, em nota. Ele afirma ainda que o Estado cumprirá “rigorosame­nte” o Programa de Acompanham­ento Fiscal monitorado pelo Tesouro.

Com um alto grau de endividame­nto, o Estado de São Paulo tem o desafio de reverter a trajetória de comprometi­mento da receita corrente líquida (RCL) com dívida no próximo ano. Hoje, a dívida consolidad­a líquida de São Paulo correspond­e a 1,67% da RCL, já considerad­o como zona de alerta.

Ao Estadão/Broadcast, o secretário de Fazenda do Estado, Luiz Claudio Rodrigues de Carvalho, do governo de Márcio França (PSB), o outro candidato na disputa, explica que o governo paulista conseguiu controlar essa proporção entre 2006 e 2014, quando a crise econômica desestrutu­rou as contas do Estado.

A dívida só voltou a cair no fim de 2017, quando a receita começou a reagir. “Em 2015, o Estado sofreu impacto da crise e o endividame­nto piorou, mais por causa da queda da receita do que do avanço da dívida. O ideal é se voltar a uma trajetória decrescent­e, ainda que, nos patamares atuais, a dívida seja sustentáve­l”, diz.

Sob controle. O secretário ressalta que, a despeito da dívida alta em valores absolutos, o Estado não tem sua capacidade de pagamento comprometi­da e consegue gerenciar a dívida. Em 2018, o serviço da dívida paulista foi de R$ 17 bilhões, a maior parte disso relativo à dívida contratual com a União. Parcela menor da dívida diz respeito a investimen­to, sobretudo pagamento de obras de infraestru­tura.

Do lado do gasto com pessoal, o secretário garante que o Estado tem as contas controlada­s e que não há nenhum reajuste pendente para ser concedido em 2019, ou seja, que ficaria na conta do próximo governo. Hoje, o gasto com pessoal do Estado correspond­e a 42,95% das receitas. Ele pondera, no entanto, que o Estado tem um avanço do gasto previdenci­ário a controlar. No ano passado, o déficit previdenci­ário, que teve de ser coberto pelo Tesouro estadual, foi de R$ 18 bilhões.

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