Haddad diz que há ‘porta’ para diálogo com Fernando Henrique
O candidato do PT ao Planalto, Fernando Haddad, fez um aceno ao tucano Fernando Henrique Cardoso após a afirmação do ex-presidente de que há uma “porta” para o diálogo dos dois. “Existe um muro que separa FHC de (Jair) Bolsonaro. De mim, é uma porta”, disse Haddad, em referência à entrevista do tucano publicada pelo Estado. Nela, FHC afirmou que não é uma “porta aberta, mas há uma porta”. “O outro não tem porta.”
“Se existe uma porta que precisa ser aberta em nome da democracia, todo mundo tem a obrigação de abrir essa porta”, disse Haddad, ontem, após participar de evento com representantes de entidades de pessoas com deficiência.
O candidato também foi confrontado sobre suas recentes afirmações contra Edir Macedo, líder da igreja Universal, e possíveis prejuízos com o eleitorado religioso. O petista disse que Bolsonaro representa o corte de “direitos trabalhistas e sociais, com o fundamentalismo charlatão do Edir Macedo”.
Segundo Haddad, sua preocupação é a de um Estado para “acolher a todos, independentemente da crença. Eu entendo que uma igreja não pode mandar no Estado. Essa é minha preocupação. Sobretudo a esse projeto de poder que foi anunciado há anos e agora quer se materializar em uma candidatura”, disse, em referência ao apoio de Macedo a Bolsonaro. Na mesma agenda, Haddad voltou a criticar seu adversário. “Qual o limite da loucura do meu adversário?”, questionou, sobre post em que Carlos Bolsonaro, filho do candidato do PSL, o acusa de ser favorável ao incesto.
Fake. A equipe do candidato petista retirou do ar um tuíte que criticava seu adversário por supostamente ter votado contra o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Procurada, a equipe do petista disse que, na verdade, Bolsonaro se absteve da votação, e que, por isso, a postagem foi excluída.
“O deputado Jair Bolsonaro votou contra o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Acredito que ele tenha votado contra por falta de conhecimento. Ele não foi educado para compreender toda a diversidade humana e sua complexidade”, havia transmitido o Twitter de Haddad.
Após o debate presidencial do primeiro turno na Rede Globo, do qual não participou por recomendação médica, Bolsonaro postou um vídeo nas redes sociais em que disse ter sido vítima de “fake news”, segundo as quais votou contra o projeto da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, que foi aprovada e concede benefícios a deficientes. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou que eles votaram contra um destaque que tratava de orientação sexual.
“Se existe uma porta que precisa ser aberta em nome da democracia, todos têm a obrigação de abrir essa porta.” Fernando Haddad
CANDIDATO DO PT À PRESIDÊNCIA